O Vitória de Setúbal é um dos históricos do futebol português, mas há anos que agonia sem garantia de sobrevivência. Com a equipa principal relegada para as divisões distritais, os sadinos está sob gestão de um gestor de insolvência e tem três autocarros num leilão. O anúncio da venda das viaturas foi publicado no dia 27 de outubro e está ativo até 27 deste mês. Juntos podem render cerca de 17 mil euros, um valor irrisório tendo em conta a astronómica dívida da SAD: 40 milhões de euros..A dívida do clube é de 21,3 M e “a alienação de património é a única solução para salvar o Vit. Setúbal e evitar que feche portas”, segundo o presidente Carlos Silva. O futuro do clube com 113 anos de história vai entretanto ser discutido hoje em Assembleia Geral, com direção liderada por Carlos Silva a propor a alienação de património no valor de 25 milhões de euros, que permitirá ao clube cumprir o PIRE (Processo de Insolvência e de Recuperação de Empresas) e modernizar o Estádio do Bonfim já com 62 anos. .Será ainda discutido o projeto imobiliário para os terrenos do Complexo Desportivo do Bonfim - projeto que prevê a construção de oito torres de habitação e espaços comerciais nos topos norte e sul do estádio. A obra ainda está dependente do licenciamento por parte da Câmara Municipal de Setúbal, mas a direção do clube acredita que irá ter aprovação..Os Movimentos Pró Vitória e Vitória Sempre, contudo, não reconhecem competência à direção do clube - sem quórum - para vender património e consideram que a medida pode ser “a ruína” dos sadinos a curto prazo. Por isso vão submeter à AG duas propostas para a fiscalização da alienação de forma, caso sejam aprovadas, a canalizar as verbas exclusivamente para o pagamentos das prestações do PIRE. E é isso que vão defender na reunião magna de hoje, que promete aquecer o pavilhão Antoine Velge, que foi vendido em hasta pública, mas o negócio está a ser investigado e por isso continua na posse do clube..A queda do Vitória de Setúbal foi acentuada no verão de 2020, quando o Tribunal Arbitral do Desporto rejeitou uma providência cautelar e os sadinos se viram obrigados a descer aos campeonatos não profissionais, por incumprimento dos pressupostos financeiros exigidos pela Liga. .Estiveram quatro épocas no Campeonato de Portugal, e depois a equipa garantiu a subida, mas questões financeiras impediram a promoção à Liga 3 e relegaram o 6.º clube com mais participações no principal escalão do futebol português (72) e o sétimo com maior palmarés nacional à II Divisão Distrital da AF Setúbal. Uma realidade bem longe dos tempos e das conquistas das Taças de Portugal (1965, 1967 e 2005) e da Taça da Liga (2008)..isaura.almeida@dn.pt
O Vitória de Setúbal é um dos históricos do futebol português, mas há anos que agonia sem garantia de sobrevivência. Com a equipa principal relegada para as divisões distritais, os sadinos está sob gestão de um gestor de insolvência e tem três autocarros num leilão. O anúncio da venda das viaturas foi publicado no dia 27 de outubro e está ativo até 27 deste mês. Juntos podem render cerca de 17 mil euros, um valor irrisório tendo em conta a astronómica dívida da SAD: 40 milhões de euros..A dívida do clube é de 21,3 M e “a alienação de património é a única solução para salvar o Vit. Setúbal e evitar que feche portas”, segundo o presidente Carlos Silva. O futuro do clube com 113 anos de história vai entretanto ser discutido hoje em Assembleia Geral, com direção liderada por Carlos Silva a propor a alienação de património no valor de 25 milhões de euros, que permitirá ao clube cumprir o PIRE (Processo de Insolvência e de Recuperação de Empresas) e modernizar o Estádio do Bonfim já com 62 anos. .Será ainda discutido o projeto imobiliário para os terrenos do Complexo Desportivo do Bonfim - projeto que prevê a construção de oito torres de habitação e espaços comerciais nos topos norte e sul do estádio. A obra ainda está dependente do licenciamento por parte da Câmara Municipal de Setúbal, mas a direção do clube acredita que irá ter aprovação..Os Movimentos Pró Vitória e Vitória Sempre, contudo, não reconhecem competência à direção do clube - sem quórum - para vender património e consideram que a medida pode ser “a ruína” dos sadinos a curto prazo. Por isso vão submeter à AG duas propostas para a fiscalização da alienação de forma, caso sejam aprovadas, a canalizar as verbas exclusivamente para o pagamentos das prestações do PIRE. E é isso que vão defender na reunião magna de hoje, que promete aquecer o pavilhão Antoine Velge, que foi vendido em hasta pública, mas o negócio está a ser investigado e por isso continua na posse do clube..A queda do Vitória de Setúbal foi acentuada no verão de 2020, quando o Tribunal Arbitral do Desporto rejeitou uma providência cautelar e os sadinos se viram obrigados a descer aos campeonatos não profissionais, por incumprimento dos pressupostos financeiros exigidos pela Liga. .Estiveram quatro épocas no Campeonato de Portugal, e depois a equipa garantiu a subida, mas questões financeiras impediram a promoção à Liga 3 e relegaram o 6.º clube com mais participações no principal escalão do futebol português (72) e o sétimo com maior palmarés nacional à II Divisão Distrital da AF Setúbal. Uma realidade bem longe dos tempos e das conquistas das Taças de Portugal (1965, 1967 e 2005) e da Taça da Liga (2008)..isaura.almeida@dn.pt