Ricciardi: "Bas Dost não quer ouvir falar mais no Sporting"

Ex-membro do Conselho Leonino apela à saída inevitável de Bruno de Carvalho. "É a única solução para quem quer que o Sporting continue", depois deste caso "gravíssimo", defende, em declarações ao DN
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Bruno de Carvalho não tem condições para continuar a ser presidente do Sporting, nem para se recandidatar ou reganhar o clube. Quem o afirma sem sombra de dúvida é José Maria Ricciardi, que há cerca de um mês deixou o Conselho Leonino e retirou o apoio ao presidente do clube, depois de o presidente que até então apoiava ter aberto um conflito institucional com os jogadores.

Ricciardi sublinha que "há outras pessoas que eram inquestionáveis no apoio ao presidente" a constatar que se tornou insustentável - caso de Daniel Sampaio, por exemplo, que ainda ontem à tarde pediu a demissão em bloco da direção.

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"Há coisas que não são irreversíveis e isto é gravíssimo"", acrescenta o banqueiro em declarações ao DN, vincando que, com os casos de corrupção conhecidos nos últimos dias, nomeadamente ontem, no futebol, "o Sporting corre o risco de despromoção". Chocado, Ricciardi sublinha que "o braço-direito de Bruno de Carvalho é arguido em 17 crimes de corrupção ativa" e diz temer "o pior caso esta situação não se resolva a grande velocidade". "Há também risco de insolvência de uma instituição que tem um impacto social imenso. Isto é um problema para o país, um caso que afeta o futebol português na sua totalidade. Além de ser, como disse o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, um vexame para Portugal."

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Para Ricciardi, não há outra solução senão a saída imediata de Bruno de Carvalho e de toda a direção. "É de tal forma evidente que têm de sair que não entendo como ainda não o fizeram. É inconcebível, é triste, é mesmo um vexame, sem desculpa possível. E ainda pior, quando o presidente aparece a seguir a estas agressões a dizer que foi uma chatice. A única solução para quem quer que o Sporting continue é a saída desta direção."

Sem querer particularizar, Ricciardi afirma que falou "com pessoas que lá estiveram, que foram agredidas, e dizem que aquilo foi um terror. Não admira que Bas Dost não queira ouvir falar mais no Sporting". Defendendo os jogadores e equipa técnica, que lembra terem sido "sujeitos a constantes ataques", o ex-dirigente sublinha que "com uma direção nova, que se comprometa a tratá-los como qualquer presidente normal trata a sua equipa, nessa altura talvez se consiga estancar a potencial perda. Mas admite que "não vai ser fácil" conseguir reter e contratar jogadores para a próxima época.

"Se encontrarmos um conjunto de pessoas que assumam já a gestão, que constituam uma direção sem qualquer responsabilidade nisto, acredito que talvez possa haver um mínimo de condições para trabalhar no clube."

De resto, Ricciardi afirma que a agressão aos jogadores em Alcochete não pode ser vista como uma surpresa. "Houve imensos sinais", sublinha, enumerando "o caso das tochas sobre Rui Patrício, em que a direção não fez nada; as tentativas de agressão na garagem do estádio, em que a direção não fez nada". "E agora terminou nesta situação, que no mínimo é indicativa de incúria e incompetência de uma gravidade sem limites."

E conclui, sobre Bruno de Carvalho: "Pessoas destas não têm condições para se candidatar a nada."

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