Simon Mannix foi esta quarta-feira apresentado como selecionador nacional de râguebi e mostrou-se "entusiasmado" com a oportunidade de trabalhar com os lobos, apontando a um lugar no Mundial da Austrália2027. "Claro que o grande objetivo é participar no Mundial2027, mas não apenas participar. Temos de o fazer com um muito bom rendimento. Com o novo formato do Mundial, Portugal tem de estar lá não só para participar, mas para competir", definiu o técnico neozelandês..Apresentado na tribuna presidencial do Estádio Nacional, em Oeiras, o técnico neozelandês reconheceu estar perante "uma oportunidade incrível" e assumiu o "desafio" de "continuar a melhorar" uma equipa que "entusiasmou toda a gente" no Mundial de Paris2023 para que isso "não seja uma situação esporádica"..Mannix elogiou o trabalho da equipa técnica anterior, liderada pelo francês Patrice Lagisquet, "cujos resultados, exibições e estilo de jogo falam por si", confirmou que essa é uma visão do râguebi que lhe agrada e vincou que pretende "continuar a desenvolver um estilo de râguebi que encaixe nos jogadores" portugueses".."São capazes de praticar um râguebi entusiasmante, a jogar a bola e o espaço. E essa sempre foi a minha filosofia em todas as equipas que treinei. Não gosto de correr contra uma parede e, por isso, não peço aos meus jogadores que o façam. Quero a bola a circular e que tenhamos as capacidades físicas e técnicas para o fazer", apontou o neozelandês..Para isso, os jogadores têm de "ser rápidos, fortes e estar prontos" para trabalhar com "profissionalismo" - algo que para o antigo All Black tem a ver com "atitude, mais do que dinheiro" -, e recordou mesmo o período em que chegou a jogar pela seleção da Nova Zelândia, "antes de 1996, quando os All Blacks estavam no auge e nenhum jogador ganhava um cêntimo".."O significado de representar uma seleção nacional é mais profundo. O que espero do jogador português é que venha jogar por algo mais importante. Independentemente de ser pago ou não, o que eu espero é que a sua atitude seja merecedora de representar a seleção nacional", atirou, quando questionado quanto à sua visão sobre a importância de profissionalizar a equipa..Atualmente ao leme do Biarritz, da Pro D2 francesa, o treinador, de 52 anos, assumiu um compromisso para os próximos quatro anos com a seleção portuguesa e vai "dividir o tempo entre Portugal e França", para compreender "a realidade do râguebi em Portugal" e "manter o relacionamento" com os clubes franceses, onde jogam uma parte importante dos jogadores da seleção portuguesa..A importância desse relacionamento com os clubes franceses foi assumida pelo presidente da Federação Portuguesa de Râguebi, que vincou ter optado por "uma pessoa com um passado e um perfil exatamente como pretendia".."Tem um tipo de jogo de que gostamos, tem experiência no râguebi francês, onde ainda é treinador num clube de renome, portanto temos todas as condições e confiamos em absoluto no Simon [Mannix], que foi All Black muito novo e é uma pessoa com muita ambição, tal e qual nós também temos", resumiu Carlos Amado da Silva..Quanto à equipa que o vai acompanhar, o líder federativo explicou que está "em vias" de escolher "um treinador de avançados" para "dar por encerrado" o processo, mantendo "todo o staff anterior", incluindo "João Mirra como 'número dois'", um técnico que "tem sido e vai continuar a ser preponderante no desenvolvimento do râguebi nacional"..Mannix ocupa o cargo de selecionador de Portugal depois de os lobos terem sido dirigidos, durante o Rugby Europe Championship 2024 (REC24), por um tridente de consultores da World Rugby liderado pelo argentino Daniel Hourcade. O neozelandês sucede no posto aos franceses Patrice Lagisquet, que qualificou a seleção para o último Mundial e orientou a equipa no França2023, e a Sébastien Bertrank, apresentado logo após a competição, mas que saiu após cerca de um mês.