Sérgio Conceição: "Não podia dizer que não a treinar uma das melhores equipas do mundo"
Sérgio Conceição foi manhã desta terça-feira apresentado como treinador do AC Milan. Confortável no italiano, o técnico confessou que é um "orgulho" orientar um clube como o AC Milan, o terceiro com mais títulos em Itália (17).
"É um prazer, um orgulho e um passo em frente na minha carreira. Temos de respeitar os valores do AC Milan e trabalhar arduamente para provar que estamos à altura da história deste clube. Se estou aqui, não é um bom sinal. Não há muito tempo para trabalhar para jogar contra a Juve na sexta-feira, estamos aqui para trabalhar e tentar ganhar", disse.
Sobre o convite para orientar os rossoneri, revelou que "foi uma coisa rápida" e que "não podia dizer que não a treinar uma das melhores equipas do mundo".
Convidado no domingo, chegou a Milão na segunda-feira, assinou contrato até 2026 e orientou logo um treino. "Esta noite foi difícil dormir", confessou Conceição, que se mostrou ansioso por conhecer todos no clube: "Toda a gente é importante aqui, desde o jardineiro até ao presidente. Queremos conhecer-nos rapidamente uns aos outros, o tempo é curto."
A estreia no banco milanês é já no dia 3, nas meias-finais da Supertaça de Itália, um jogo que será jogado em Riade e em que enfrentará a Juventus do filho Francisco. "Tenho cinco filhos, em casa ele é meu filho como é para todos os pais, mas na sexta-feira vai ser um adversário", disse o treinador português sem aprofundar muito o assunto de ir lutar por chegar à final da Supertaça com um dos filhos.
Sobre a forma de jogar, avisou que seja qual for o esquema eleito, há uma regra "inegociável", que é "chegar ao final do jogo sabendo que se deu tudo para tentar ganhar".
Admitindo que vive o futebol com a mesma paixão que os adeptos, quer ver brilho nos olhos dos jogadores cada vez que chegarem a Milanello, centro de treinos do Milan, para treinar. E se assim for, os resultados vão aparecer. "O futebol é muito simples: há uma baliza onde se pode marcar um golo e outra onde não se pode marcar golo. Vamos fazer tudo para ficar em lugares de acesso à Liga dos Campeões, mesmo que haja muito trabalho a fazer. Tenho confiança neste plantel. Não há desculpas."
Depois de enviar "um abraço" a Paulo Fonseca e de dizer que gostou muito de alguns jogos do tempo do antecessor, apresentou-se como um treinador que vai decidir quem joga com base no que os jogadores fizerem nos treinos: "17 anos ou 37? Para mim é indiferente. Gosto de saber tudo sobre os jogadores, quem é o seu pai, o seu irmão... Há 13 anos que faço este trabalho, os jogadores sabem que têm à sua frente uma pessoa justa e direta. Haverá sempre os onze mais felizes, os que vão para o campo, e será mais difícil para os que ficam em casa: isto é gestão de grupo. Há uma comunicação direta, olhos nos olhos, e peço aos jogadores que dêem o seu melhor nos treinos. Esta dinâmica deve dar-nos força, tal como a pressão faz parte do futebol", disse Sérgio Conceição, que evitou alongar-se em explicações sobre a saída do FC Porto ao fim de sete anos e admitiu apenas que "não foi uma saída fácil".
O patrão, Zlatan Inbrahimovic, apresentou-o como um "treinador vencedor". Sobre a saída de Paulo Fonseca, o sueco, admitiu que podia ter sido diferente: "Máximo respeito pelo Paulo [Fonseca]. Não conseguiu dar continuidade aos resultados, que são fundamentais para o AC Milan. Tomámos a decisão depois do jogo [1-1, com a AS Roma, no domingo] e cometemos o erro de o mandar para uma conferência de imprensa, pedimos desculpa ao Paulo e aos adeptos. Compreendemos os adeptos, somos os primeiros a estar insatisfeitos com o campeonato. A responsabilidade não é apenas do treinador, tem de ser partilhada com todos. Temos de a assumir."