Rui Patrício recebe prenda de Pedro Proença, presidente da FPF.
Rui Patrício recebe prenda de Pedro Proença, presidente da FPF.FOTO: RODRIGO ANTUNES/LUSA

Rui Patrício homenageado pela FPF. “Vou continuar ligado ao futebol, mas agora quero estar com a família"

O guarda-redes revela que a melhor defesa da carreira foi na final do Euro 2026, a cabeceamento do francês Griezmann, que ajudou a seleção nacional a ser campeã europeia.
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O guarda-redes Rui Patrício, que oficializou esta sexta-feira, 12 de dezembro, o final da carreira, mostrou-se orgulhoso pelo trajeto que construiu em quase duas décadas no futebol e confessou que esta foi a altura certa para ‘pendurar’ as luvas.

“É um dia marcante na minha vida. Este foi o momento para o fazer e estou muito feliz. Tomei a decisão de deixar o futebol porque é isso que quero fazer agora. Podia ter continuado. Tive convites, mas queria terminar agora. Comecei muito novo, aos 18 anos, na alta competição e agora quero fazer outras coisas. Foi uma decisão ponderada”, afirmou Rui Patrício, de 37 anos.

O agora antigo guardião, que com Portugal conquistou o Euro2016, a Liga das Nações de 2019 e tornou-se no guarda-redes mais internacional de sempre com 108 jogos, falava após a cerimónia que decorreu na Cidade do Futebol, sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em Oeiras.

Rui Patrício, que a nível de clubes representou Sporting, Wolverhampton, Roma, Atalanta e Al Ain, deixou no museu da FPF as chuteiras e as luvas que utilizou na final do Europeu de 2016, em Paris, e recebeu do presidente Pedro Proença a medalha de mérito do organismo, bem como um troféu e uma camisola a assinalar as 108 internacionalizações.

“Vou continuar ligado ao futebol, mas agora quero aproveitar o que não tive durante a carreira, que é estar com a família e filhos. Quero desfrutar. Depois de estar aqui vou, por exemplo, para a festa de natal dos meus filhos, algo que antes não podia fazer”, referiu.

Para Patrício, o melhor momento da carreira aconteceu precisamente na final do Euro2016, no Stade de France, quando fez uma grande defesa a um cabeceamento de Griezmann, intervenção que manteve, na altura, o 0-0 no marcador, surgindo depois o golo eterno de Éder já no prolongamento (1-0).

“Esse foi o momento mais importante por tudo o que veio a seguir. Foi a defesa que fiz na minha carreira que teve mais impacto. Acabo a carreira orgulhoso. Joguei onde tinha de jogar, joguei o que tinha de jogar”, concluiu.

Para já, de acordo com Pedro Proença, que apelidou o antigo guardião de “lenda”, Patrício vai continuar ligado à FPF “noutras responsabilidades”.

Na Cidade do Futebol, a cerimónia de despedida de Rui Patrício contou com vídeos dos melhores momentos da carreira do ex-jogador nascido em Leiria e teve a presença da sua família, mas também de antigos colegas de seleção, como Adrien, Daniel Carriço, Marco Caneira, Ricardo e Éder, bem como do presidente do Sporting, Frederico Varandas.

Lado a lado a assistir estiveram o atual selecionador, Roberto Martínez, Fernando Santos e Paulo Bento, que comandaram Patrício na seleção nacional.

Bento, quando comandava o Sporting, foi mesmo o treinador responsável pelo início da carreira profissional do ex-guardião e também foi quem lançou Patrício na baliza de Portugal.

“Na altura, sabíamos que estávamos perante alguém com qualidades enormes a nível técnico, táticos, físicas, emocionais e mentais. Com uma capacidade de trabalho e profissionalismo tremendo. Foi isso que o levou a construir uma carreira extraordinária”, disse Paulo Bento aos jornalistas.

Já Fernando Santos, que com Rui Patrício conquistou o Euro2026 e a Liga das Nações de 2019, confessou que foi dos melhores guarda-redes com que trabalhou durante a sua carreira de treinador.

“Fez um percurso notável e foi fundamental na conquista do Europeu e da Liga das Nações como guarda-redes. Foi mais importante como homem e o que representava dentro do grupo de trabalho com a sua humildade, vontade e espírito de sacrifício. Era um dos lideres da equipa na minha altura”, afirmou.

Rui Patrício estava sem clube desde o final de junho, quando deixou o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, ao serviço do qual realizou somente dois encontros, ambos no Mundial de clubes, depois de ter jogado nos italianos da Atalanta na época 2024/25.

O ex-guardião fez a formação no Sporting e representou a equipa principal dos ‘leões’ durante 12 anos, entre 2006/07 e 2017/18, num total de 467 jogos em todas as competições, sem nunca ser campeão nacional, mas em que arrecadou duas Taças de Portugal (2007/08 e 2014/15), duas Supertaças Cândido de Oliveira (2008 e 2015) e uma Taça da Liga (2017/18).

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