Cristiano Ronaldo explicou, numa entrevista ao jornalista inglês Piers Morgan divulgada esta quinta-feira, 6 de novembro, porque faltou ao funeral de Diogo Jota."Duas coisas. As pessoas criticam-me muito, não quero saber. Quando tens a consciência tranquila não tens de te preocupar com aquilo que dizem. Depois da morte do meu pai, nunca mais estive num funeral. E onde eu vou é um circo. Não vou porque, se for, a atenção vai para mim e não quero isso. Não gosto de quando passas por um momento sensível e estás a dar entrevistas... a falar dele, a falar de futebol. O que é isto? Isto mostra como a vida às vezes é um circo. Não quero fazer parte desse mundo. As pessoas podem continuar a criticar, mas senti-me bem com a minha decisão. Não preciso de estar na primeira fila. Estava a pensar na família dele, não preciso de estar lá à frente para verem o que estou a fazer. Faço atrás das câmaras. Fizeram uma grande propaganda, mas tudo bem, eu percebo. Se queres aproveitar um aniversário, não me convides", começou por dizer o capitão da seleção nacional, que se referiu ao malogrado avançado como um "muito bom rapaz". "Um rapaz calmo, um grande jogador. Gostei de partilhar grandes momentos com ele. Foi triste. Tive a oportunidade de falar com a família para dar apoio. Temos de aproveitar a vida", acrescentou.O veterano internacional português, de 40 anos, contou ainda onde estava quando soube da trágica notícia: "Estava com a Georgina, no meu período de descanso, estávamos no ginásio. Não queria acreditar, chorei muito. A Georgina pode confirmar isso. Foi muito, muito difícil para a família, amigos. Foi devastador. Temos de aproveitar os momentos e não planear muito o futuro. Não faço planos a longo prazo, porque tudo pode mudar de um momento para outro. Temos de estar felizes por estarmos aqui. Foi um momento de choque. Ainda sinto a sua aura na seleção, quando metes a camisola. Era um de nós.".Cristiano Ronaldo diz que ser substituído já não é um problema e que fim da carreira está para breve. Também na segunda parte da entrevista, Ronaldo revelou que gostava de se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Ele é uma das pessoas com quem eu me quero encontrar. Faz isso acontecer; diz-lhe que uma das pessoas com quem me quero sentar para ter uma boa conversa é ele. É uma das pessoas que eu realmente gosto. Gosto de pessoas que possam fazer coisas acontecer", afirmou o jogador do Al-Nassr, que garante ser mais famoso do que Trump e deu até uma ideia para uma próxima entrevista: "Podíamos fazer algo: eu, tu [Piers Morgan] e o sr. Trump numa mesa. Ia ser engraçado, diferente."Questionado sobre se já pensou em marcar o golo 1000 na carreira no Mundial 2026, CR7 garante que está focado em aproveitar o momento, sem pensar no futuro: "Não estou a pensar nisso. Se me perguntares: 'Cristiano, é um sonho ganhares o Mundial?' Não é um sonho. Ganhar um Mundial não vai mudar o meu nome na história. Não vou mentir. O que tenho a certeza é que estou a aproveitar o momento, aprendi com o tempo que o momento é o mais importante. Ainda não estamos qualificados. Joguei com a Hungria no estádio do Sporting, talvez tenha sido o último lá. Nunca saberemos. A minha família estava lá. Venci três títulos por Portugal.". Sobre as comparações com Messi sobre quem é o melhor futebolista de todos os tempos, Ronaldo respondeu com uma... pergunta. "Quantos Mundiais venceu a Argentina antes de Messi? São países habituados a ganhar grandes competições. Se o Brasil vencer o Mundial vai ser uma surpresa? Não. Se Portugal ganhar um Mundial será um choque? Sim. Mas na minha cabeça não penso dessa forma. Claro que quero ganhar. Mas não vai mudar a forma como vejo o futebol", afirmou, considerando que vencer ou não um Campeonato do Mundo não o vai definir como jogador: "Portugal nunca ganhou. Vamos lutar por isso, mas não me vai definir. Definir o quê? Se sou um dos melhores? Por uma competição? Seis ou sete jogos? Achas que é justo?"