Roberto Martínez: “Estamos preparados para ganhar a final”
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Roberto Martínez: “Estamos preparados para ganhar a final”

"A chave para Portugal é que precisamos de ser perfeitos naquilo que nós somos bons. Sermos pragmáticos ou dar a bola a Espanha será um erro”, perspetivou o selecionador de Portugal.
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Prestes a viver um jogo especial, uma vez que é um cidadão espanhol mas também selecionador de Portugal, Roberto Martínez diz que vê essa circunstância "com naturalidade" e aponta à vitória na final da Liga das Nações, agendada para as 20h deste domingo em Munique, na Alemanha.

"Sou espanhol, mas isso é uma conversa para ter com os netos daqui a dez ou 15 anos. É trabalhar bem e preparar a final. O foco é o que nós podemos fazer. Se o nosso desempenho estiver ao nível da meia-final, podemos ganhar. É um adversário duro, mas estamos preparados para ganhar a final”, garantiu o treinador.

Questionado sobre se faz sentido avaliar um selecionador apenas pelos troféus conquistados, Martínez responde que sim, porque os treinadores estão no futebol "para ganhar", mas mencionou "outro aspeto no futebol de seleções", o ranking FIFA, "que dá uma ideia da consistência do trabalho", e puxou dos galões: "Na Bélgica estivemos quatro anos na liderança do ranking FIFA. Tenho um orgulho em ser o terceiro selecionador de Portugal a preparar uma final e vou dar tudo para que os nossos adeptos fiquem orgulhosos.”

Acerca das palavras de Cristiano Ronaldo, que saiu em sua defesa, o selecionador brincou: "Acho que o capitão quer jogar amanhã." Mais a sério, desviou-se do tema para elogiar a estrela da seleção nacional: "Vai disputar a sua quarta final pela seleção. Adoro a sua fome. Já ganhou tudo, mas no dia seguinte começa do zero. Para os jogadores mais jovens, jogar com o Cristiano é uma prenda."

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Sobre o possível regresso de Vitinha à titularidade, salientou a importância de todos os jogadores utilizados, os do onze inicial e os que entram no decorrer das partidas, tendo elogiado os que começaram a meia-final diante da Alemanha. "O onze inicial fez um jogo fantástico, a controlar o jogo, e os três jogadores que entraram fizeram o que nós queríamos, que era entrar mais no último terço. Fizemos um bom jogo do minuto 0 ao 90, mas de forma diferente. Controlámos a Alemanha na primeira parte e fomos mais perigosos após as substituições. Contra Espanha será um jogo diferente. Precisamos dos jogadores do onze inicial e dos jogadores que entrarem”, considerou, remetendo uma decisão sobre o onze para depois do treino deste sábado, 7 de junho.

Martínez garantiu que o "balneário está unido e solidário e gosta da responsabilidade de vestir a camisola de Portugal” e que “Portugal não vai mudar nada" do que tem sido para ganhar a final. "Espanha tem o melhor jogo do mundo e precisamos de defender isso bem, mas a chave para Portugal é que precisamos de ser perfeitos naquilo que nós somos bons. Sermos pragmáticos ou dar a bola a Espanha será um erro”, vincou.

O selecionador de Portugal diz que não existe "ansiedade". "Pelo contrário. Temos a possibilidade de fazer história. A Liga das Nações é o formato mais exigente do futebol mundial. São dez jogos. Não é só um torneio, é uma liga e estamos onde queremos estar”, acrescentou, sem endeusar a seleção espanhola: “Espanha é a campeã da Europa e Luis de la Fuente criou um espírito no balneário que parece o de um clube, mas não há seleções perfeitas. Todas as equipas têm pontos fortes e menos fortes”

Martínez considerou que "o futebol ibérico está tremendo". "Portugal tem 10 milhões de habitantes e faz o melhor trabalho de formação no mundo”, vincou, apontando à principal meta: “O objetivo é tentar o que nunca foi feito em Portugal: ganhar o Mundial. Já fizemos coisas que nunca foram feitas, como ganhar todos os jogos da qualificação, e amanhã faz parte desse processo."

O selecionador comparou os dois países futebolisticamente e disse que deteta semelhanças e diferenças. “O futebol espanhol e o futebol português têm diferenças, mas também muitas semelhanças. Os jogadores gostam da parte tática e são criativos. Espanha é um país diferente, com várias escolas. Portugal é um país mais pequeno, mas no norte e no sul também há diferenças", salientou, admitindo que os seus amigos "não vão perder", mas sim "ganhar sempre", porque "adoram a sua seleção e adoram Portugal".

Martínez elogiou Lamine Yamal, considerando ser "uma surpresa" e uma situação "única" no futebol "que um jogador tão jovem tenha tanta capacidade de ter consistência", mas avisa que tentar pará-lo individualmente seria um erro”.

O Portugal-Espanha, a quarta final da história do futebol luso, está agendado para domingo, às 20:00 (21:00 locais), no Allianz Arena, em Munique, e terá arbitragem do suíço Sandro Scharer.

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