Ronaldo diz que debate em torno do selecionador "não faz sentido" e fecha a porta ao Mundial de Clubes
A desfrutar do momento é a saborear um dia de cada vez. É assim que Cristiano Ronaldo vai vivendo, aos 40 anos, os últimos de uma carreira que já tem mais de duas décadas.
A pouco mais de 24 horas de entrar em campo para mais uma final da carreira, o capitão da seleção nacional disse este sábado, em conferência de imprensa, que reina um "sentimento positivo de confiança" no seio da equipa das quinas. "Sabemos que vamos defrontar melhor seleção do mundo, mas depois do último jogo, a confiança está lá acima. Que possamos ganhar o troféu. A equipa está tranquila e confiante de que as coisas vão correr bem”, afirmou CR7, na antevisão do jogo diante de Espanha, que este domingo (20h) vai decidir o vencedor da Liga das Nações.
Numa altura em que vários meios de comunicação social têm noticiado que Roberto Martínez tem o lugar em risco caso não vença a Liga das Nações, Ronaldo saiu em defesa do selecionador e falou mesmo em "falta de respeito". "Se um selecionador chega à final, tem feito um excelente trabalho na minha opinião. Questionar um selecionador que tem o registo que tem e chega a uma final, imagino os outros. Acho que tem havido falta de respeito ao falar-se de outras possibilidades de selecionador. Faz parte do futebol, da opinião pública e dos papagaios que estão em casa a dar opinião. Estamos muito satisfeitos com o trabalho que tem feito. Vir de outro país, falar o nosso idioma e cantar o hino… vai haver sempre debate, mas esse debate para mim não faz sentido”, vincou.
O capitão da seleção nacional espera "que amanhã possa ser um dia bom para Portugal" e que a equipa das quinas possa voltar a derrotar La Roja em jogos oficiais 21 anos depois, mas sabe "que vai ser duro", até porque "Espanha não perde há muitos jogos". Se Portugal vencer, Ronaldo levantará o primeiro troféu desde 2021, um jejum que o próprio desvalorizou: "Faz parte da vida, não podemos ganhar sempre.”
Questionado se estarão frente a frente os favoritos a vencer o próximo Mundial, Ronaldo baixou as expectativas no que concerne a Portugal. "Espanha seguramente, Portugal vamos ver… a nível histórico Espanha está mais habituada a ganhar. Não penso a longo prazo. Não sei o que se vai passar nem me preocupa. A vida e o futebol podem mudar de um dia para o outro”, frisou.
Um outro assunto relacionado com o jogo é do duelo geracional entre Cristiano Ronaldo, de 40 anos, e Lamine Yamal, de 17. "Sempre que jogo futebol, é sempre Cristiano contra este ou aquele. Já estou acostumado. Deviam falar de Lamine e Vitinha, que são de gerações mais próximas. Na realidade não é assim, é uma equipa contra uma equipa. Que possamos fazer um grande jogo e ganhar”, afirmou o capitão português, que diz que Espanha tem muitos mais do que o extremo do Barcelona: "Tenho de valorizar Espanha, é uma das melhores soluções do mundo. Tem grandes jogadores, como Nico Williams ou Pedri, e um selecionador que tem feito um grande trabalho. Espero que amanhã seja um jogo bonito e que Portugal possa ganhar.”
O Portugal-Espanha, a quarta final da história do futebol luso, está agendado para domingo, às 20:00 (21:00 locais), no Allianz Arena, em Munique, e terá arbitragem do suíço Sandro Scharer.
"Tive muitos convites, mas está praticamente decidido que não vou ao Mundial de Clubes”
Sem abrir muito o jogo quanto ao seu futuro, Cristiano Ronaldo revelou "houve bastantes contactos" para reforçar uma das equipas participantes no Mundial de Clubes, mas que "não se pode ir a todas". "Tive muitos convites, mas está praticamente decidido que não vou ao Mundial”, vincou.
O capitão da seleção nacional aproveitou uma pergunta sobre Lionel Messi para acrescentar que teve "convites da Argentina para jogar o Mundial de Clubes" e que será difícil vir a jogar na mesma equipa que o seu eterno rival. "Tenho muito carinho pela Argentina, a minha mulher é argentina. Mas o tempo está a acabar. Não posso dizer que desta água não beberei, mas tudo é possível. Tenho carinho pela Argentina e também por Messi. Antes ele não falava inglês e eu traduzia-lhe o que diziam. É muito difícil, mas nunca se sabe”, afirmou, defendendo que o vencedor da Bola de Ouro deverá ser "quem se destaca e ganha a Liga dos Campeões", sem adiantar um nome, mas referindo os de Lamine Yamal, Mbappé, Dembelé, Vitinha "ou outros jogadores de Espanha".