Real Madrid e Dortmund vão desempatar duelo entre espanhóis e alemães
A última e única vez que o Borussia Dortmund venceu a Liga dos Campeões, em 1996-97, ainda o português Paulo Sousa brilhava no meio campo dos alemães, treinados por Otmar Hitzfeld, numa final ganha à Juventus de Marcello Lippi por 3-1, em Munique. Hoje, 27 anos depois, os germânicos voltam a ter a possibilidade de conquistar o troféu, num jogo onde terão como adversário o Real Madrid, o clube com mais títulos na prova milionária (14), que saiu vitorioso nas últimas oito finais que disputou.
A final de hoje (20.00, TVI), que terá como palco o estádio de Wembley, em Londres, será o 15.º confronto entre os dois emblemas, todos na mais importante competição europeia de clubes, com o Real Madrid em vantagem, com seis vitórias, cinco empates e três derrotas.
Desde 1955, ano da primeira edição da Taça dos Campeões Europeus, houve quatro finais entre clubes espanhóis e alemães. E o jogo desta noite vai servir para desempatar (2-2). O primeiro confronto foi em 1960, com o Real a golear o Eintracht Frankfurt por 7-3. Voltaram a defrontar-se em 1974, desta vez com o Bayern Munique a vencer o At. Madrid (1-1 no primeiro jogo e 4-0 no desempate).
As outras duas finais aconteceram já neste século e em anos consecutivos. Em 2001 o Bayern sagrou-se campeão ao bater o Valência no desempate por grandes penalidades, e em 2002 o Real Madrid superiorizou-se ao Bayer Leverkusen.
De um e outro lado há fortes argumentos, apesar de o Real Madrid se apresentar na condição de favorito. Não só pelo historial na prova, como pela brilhante campanha na atual edição, onde eliminou gigantes como o Manchester City (quartos de final) e o Bayern Munique (meias-finais). Já os alemães treinados por Edin Terzic eliminaram o PSG e o Atlético Madrid no caminho até à final.
No Real Madrid destacam-se Vinícius Júnior, Rodrygo e o médio Jude Bellingham (apesar de ser Joselu o melhor marcador da equipa na prova, com cinco golos); no Dortmund Julian Brandt, Jadon Sancho, Adeyemi e Niclas Füllkrug. Mas esta noite há quatro jogadores do emblema espanhol que podem fazer história - Dani Carvajal, Luka Modric, Nacho e Toni Kroos (fará o seu último jogo pelos blancos) podem conquistar a sexta Champions, igualando o recorde de Paco Gento.
Também o treinador Carlo Ancelotti pode aumentar o seu pecúlio e conquistar a quinta Liga dos Campeões (tem duas pelo AC Milan e outras duas pelo Real). História pode também alcançar o presidente Florentino Pérez, que em caso de vitória soma a sua sétima Champions, algo que o colocaria à frente de Santiago Bernabéu, o antigo líder madrileno que dá nome ao estádio.
“É uma final especial por duas razões. Em primeiro lugar porque é o jogo mais importante de toda a temporada e, depois, porque será jogada num palco histórico [Wembley]. Estamos concentrados, confiantes, e oxalá posssamos ganhar”, disse Carlo Ancelotti.
“Se queres conquistar a Liga dos Campeões, tens de ganhar aos campeões. O Real venceu 14, nestes últimos anos estão sempre aqui a ganhar. É claro que os números estão com eles, mas nós temos de estar concentrados. É só um jogo. Oxalá possamos mudar esta dinâmica vencedora do Real Madrid”, referiu por sua vez Edin Terzic.
nuno.fernandes@dn.pt