Maior parte dos jogadores que festejaram o título em 2001-2002 seguiu a carreira de treinador. Hugo Viana e Tiago fazem parte da estrutura e vão repetir os festejos de há 19 anos.
O reinado deles, dos últimos campeões pelo Sporting, está quase a acabar. Eles ficarão para sempre na história do clube leonino, fundado em 1906, mas, tudo o indica, deixarão de ser os últimos. E os adeptos dirão que já não era sem tempo, afinal já passaram 19 anos.
Os leões estão agora a dois pontos de festejar o título nacional e, tal como em 2001-2002, podem sagrar-se campeões no sofá já amanhã ... se o FC Porto não vencer o Farense. Ou esperar por um triunfo próprio frente ao Boavista, terça-feira.
Mas o que é feito dos campeões orientados pelo romeno Laszlo Bölöni? A maioria seguiu a carreira de treinador. Há um que ainda joga (Quaresma), um diretor da Federação Portuguesa de Futebol (João Pinto), dois ligados à política (Jardel e André Cuz), um pastor evangélico (César Prates), um empresário frutícola (Luís Filipe) e três selecionadores (Paulo Bento, Rui Bento e Rui Jorge). E depois há Hugo Viana, que se prepara para repetir o título, agora no pomposo cargo de diretor desportivo do Sporting.
O campeonato 2001-2002 começou com uma vitória frente ao FC Porto (1-0, golo de Niculae, que se lesionaria gravemente a meio da época) e a estreia de Ricardo Quaresma. Seguiram-se duas derrotas e a contestação fez-se sentir... até que chegou Mário Jardel. Depois foi só contar com a maestria de João Pinto a encontrar a cabeça de SuperMário (melhor marcador europeu, 42 golos) e festejar no fim.
O português é hoje diretor da Federação e acompanha a seleção de Fernando Santos para todo o lado. O brasileiro foi muitas vezes notícia pela dependência de drogas. Em 2014 optou por uma carreira política e foi eleito vereador no Rio Grande do Sul, entretanto afastado do cargo por corrupção. Agora tenta regressar a Portugal e ser jogador-treinador em Beja.
O capitão e cérebro dessa equipa era Pedro Barbosa. O atual comentador da TVI 24 esteve perto de festejar o título como diretor desportivo quando Paulo Bento assumiu o comando da equipa (2005- 2009), mas saíram ambos "apenas" com algumas taças. Bento foi depois selecionador de Portugal e é hoje selecionador da Coreia do Sul. Já Rui Jorge é selecionador sub-21 desde 2010 e habituou os portugueses ao bom futebol das esperanças. Nos sub-19 está Rui Bento.
Ricardo Quaresma é o único que podia repetir o título como jogador. O Mustang de Bölöni ainda joga no Vit. Guimarães e esteve quase a ser leão. Antes de assinar pelos vimaranenses chegou a ser abordado por Frederico Varandas para voltar a Alvalade, mas as conversas não evoluíram e ele acabou no Berço.
Quem vai repetir o título, além de Hugo Viana, que apesar de jovem ainda fez 16 jogos nessa época, é Tiago. O antigo guarda-redes foi o mais utilizado (18 jogos contra 16 de Nélson) e é hoje adjunto do treinador de guarda-redes da equipa principal (Vidal). Cargo que já foi de Nélson, hoje treinador de guarda-redes da equipa B e sub-23.
A maioria deu seguimento à carreira no banco. E nem todos com sucesso (ver lista). Há alguns, como Custódio, que só jogou seis minutos num jogo e foi campeão, que está sem clube depois de uma experiência fugaz no Sp. Braga como sucessor de Rúben Amorim...
O comentário nas televisões e a representação de jogadores também seduziu alguns, como Phil Babb ou Rodrigo Tello. E não deixa de ser curioso que oito campeões tenham passado por Alvalade em várias funções desde então. Sá Pinto e Paulo Bento foram treinadores, enquanto Pedro Barbosa, Beto e Hugo Viana estiveram na estrutura do futebol. Diogo foi chefe da Academia e Tiago e Nélson seguiram a carreira como treinadores de guarda-redes no Sporting.
O presidente do clube era Dias da Cunha (reformado), mas a pasta do futebol estava com Ribeiro Telles (consultor de empresas), José Eduardo Bettencourt (Novo Banco) e o diretor desportivo Carlos Freitas (sem clube).
Santamaria (cobrador da EMEL), Afonso Martins (treinador), Paíto (dono de várias lojas de conveniência e camiões-cisterna e vice-presidente para as seleções na federação moçambicana), Lourenço (treinador sem clube), Givsi (hospedeiro na TAP) e Beto (guarda-redes do Farense, que amanhã recebe o FC Porto) também faziam parte do plantel, mas não jogaram qualquer minuto, e por isso não são considerados campeões.
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