O Aston Villa anunciou esta quinta-feira, 16 de outubro, que nenhum adepto visitante poderá assistir ao jogo entre a equipa de Birmingham e os israelitas do Maccabi Telavive, para a Liga Europa, a 6 de de novembro, depois de a polícia inglesa ter levantado preocupações com a segurança pública devido a possíveis protestos. O anúncio já foi condenado pelo primeiro-ministro britânico, que diz que o antissemitismo não pode ser tolerado. O Governo de Israel fala em "decisão cobarde".A decisão surge após manifestações nos jogos da seleção de Israel diante de Noruega e Itália, a contar para a fase de qualificação para o Mundial 2026, o que obrigou as autoridades a utilizar gás lacrimogéneo contra manifestantes pró-Palestina em Oslo e Udine. O Aston Villa explicou estar a seguir as instruções do Grupo Consultivo de Segurança (SAG), responsável pela emissão de certificados de segurança para os jogos no Villa Park, com base numa série de fatores físicos e de segurança.. "Após uma reunião esta tarde, o SAG escreveu formalmente ao clube e à UEFA para informar que nenhum adepto visitante poderá comparecer em Villa Park para esta partida", disse o clube inglês em comunicado.A Polícia de West Midlands informou o SAG que existem preocupações com a segurança pública fora do estádio e com a capacidade de lidar com eventuais protestos durante a noite.O Aston Villa está em diálogo com o Maccabi Telavive e as autoridades locais na gestão deste processo, priorizando a segurança dos adeptos presentes no jogo e dos residentes locais.O anúncio já foi, porém, condenado pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que fala em "decisão errada." "Não toleraremos o antissemitismo nas nossas ruas. O papel da polícia é garantir que todos os adeptos de futebol possam desfrutar do jogo, sem medo de violência ou intimidação", escreveu na rede social X..A UEFA defende que os adeptos visitantes possam viajar e apoiar a sua equipa num "ambiente seguro, protegido e acolhedor", incentivando "as equipas e as autoridades competentes a concordarem com a implementação das medidas adequadas necessárias para que tal aconteça", mas diz que a última palavra é das autoridades locais."Em todos os casos, as autoridades locais competentes continuam a ser responsáveis pelas decisões relacionadas com a segurança das partidas que ocorram no seu território, sendo tais decisões determinadas com base em avaliações de risco completas, que variam de jogo para jogo e têm em conta as circunstâncias anteriores", explicou a entidade que rege o futebol europeu.Israel, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, descreveu o anúncio do Aston Villa como uma "decisão vergonhosa". "Peço às autoridades do Reino Unido que revertam esta decisão cobarde", escreveu Gideon Saar no X..A FIFA tem enfrentado repetidos apelos para agir em relação à guerra em Gaza, tendo sido pressionada para suspender Israel do futebol internacional, à imagem do que aconteceu com a Rússia, mas não foi tomada qualquer decisão até à data. O presidente do organismo, Gianni Infantino, tem afirmado que essa é uma questão que exige consenso "com as confederações" e que deve ser tratada "com cautela".No início deste mês, o vice-presidente da FIFA, Victor Montagliani, afirmou que a presença de Israel no futebol internacional deve ser tratada em primeiro lugar pela confederação à qual pertence, ou seja, a UEFA.A UEFA preparava-se para promover uma decisão urgente sobre uma eventual suspensão das seleções e clubes de Israel das competições internacionais no mês passado, mas adiou-a após o anúncio do plano de Donald Trump para pôr fim à guerra em Gaza..Estados Unidos contêm ira israelita, mas ameaçam Hamas com intervenção militar. "Vamos lá matá-los", diz Trump