Pichardo e Isaac Nader são as esperanças de medalhas nos Europeus de atletismo
Pedro Pablo Pichardo, campeão europeu e olímpico do triplo salto, e Isaac Nader, nos 1500 metros, são as principais esperanças portuguesas para a conquista de medalhas nos Campeonatos da Europa de atletismo, que se iniciam esta sexta-feira de manhã em Roma e decorrem até quarta-feira.
Portugal apresenta-se com um número recorde de 50 convocados para esta competição, que na prática é a antecâmara dos Jogos Olímpicos Paris2024, numa delegação engrossada com os 17 elementos das estafetas 4x100 metros e 4x400 metros masculinas e femininas e oito atletas da meia maratona.
Apesar do litígio com o Benfica, Pichardo apresenta-se na capital italiana com a marca de 17,51 que lhe dá o terceiro melhor salto europeu do ano, atrás dos cubanos Andy Díaz e Jordan Díaz, que alcançaram as marcas de 17,61 e 17,55, respetivamente. No entanto, no Estádio Olímpico de Roma, o português vai apenas deparar-se com o espanhol Jordan Díaz, uma vez que Andy Díaz só poderá representar a Itália a partir de 1 de agosto, ainda a tempo dos Jogos Olímpicos Paris2024. Tiago Luís Pereira tem a quarta melhor marca entre os inscritos no triplo salto, com os 17,08 que lhe valeram a medalha de bronze nos Mundiais de pista coberta, no início do ano em Glasgow. As ambições no triplo salto ficam reduzidas ao setor masculino, tendo em conta a ausência de Patrícia Mamona, vice-campeã olímpica e campeã europeia em 2016, devido a problemas físicos.
As ausências na equipa nacional não ficam por aqui, pois Auriol Dongmo, prata em 2022, vai falhar a competição do lançamento do peso por estar a recuperar de uma fratura numa perna, que até pode tirá-la dos Jogos de Paris. Nesse sentido, no disco surge a esperança de Irina Rodrigues, cujo recorde nacional de 66,60 metros alcançado em março lhe permite ter a segunda melhor marca europeia do ano, apenas superada pela alemã Marike Steinacker (67,31), enquanto Jessica Inchude apresenta-se em prova com a quinta melhor marca de 2024 entre as europeias.
Isaac Nader é outro dos potenciais candidatos ao pódio. Depois de ter corrido os 1500 metros em 3.30,84 minutos – aproximando-se do recorde nacional de Rui Silva, de 3.30,07 –, o atleta do Benfica entra em prova com o terceiro melhor registo europeu do ano, atrás do norueguês Jakob Ingebrigtsen e do francês Azeddine Habz.
Em declarações à Lusa, Fernando Tavares, vice-presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, disse que existe a expectativa de conquistar “algumas medalhas”, mas também de ter “alguns finalistas e alguns semifinalistas”. A cerca de mês e meio dos Jogos Olímpicos, o dirigente assumiu que se trata de “uma prova extremamente importante” porque Portugal ainda tem atletas “em processo de qualificação” para Paris 2024, pelo que esta é “uma oportunidade” de o conseguirem.
Portugal chega aos Europeus de Roma 2024 com 38 medalhas conquistadas – 16 de ouro, 14 de prata e oito de bronze – nas 13 mais recentes edições de Campeonatos da Europa de atletismo, nas quais só por duas vezes não esteve no mais alto lugar do pódio, em Barcelona 2010 e Zurique 2014.
A maratona, que entretanto deixou de ser disputada nos Europeus em ano olímpico, continua a destacar-se na contabilidade dos campeões europeus portugueses, com o tri de Rosa Mota (1982, 1986 e 1990) e o bis de Manuela Machado (1994 e 1998), segue-se a prova de 10 000 metros graças a Fernanda Ribeiro (1994), António Pinto (1998) e Dulce Félix (2012) . As restantes medalhas de outro foram de Pedro Pablo Pichardo (triplo salto, 2022), Inês Henriques (50km marcha, em 2018)Nelson Évora (triplo salto, 2018), Patrícia Mamona (triplo salto, 2016), Sara Moreira (meia maratona, 2016) e Francis Obikwelu (100m e 200m, em 2006; 100m, em 2002).
A seleção conta em Roma com 24 homens e 26 mulheres, mais seis atletas do que os apresentados em Munique 2022.