As 433 medidas de Pedro Proença: mais futebol feminino, uma Disciplina mais eficaz e Supertaça jogada no estrangeiro
Pedro Proença promete Unir o Futebol - lema da candidatura - se for eleito o 35.º presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). “É no topo do mundo que merece estar o futebol português. É nesse caminho, para lá chegar, que desejo ver todos e todas unidos à volta de Portugal. Liderar esta instituição obriga a muito mais do que falar de distribuição financeira. O peso social da FPF exige de todos nós que sejamos motores de mudança e não espetadores de fatalidades”, afirmou o ainda presidente da Liga Portugal, terminando com uma promessa: “Ser um presidente totalmente livre e fazer o que ainda não foi feito.”
Fazer o melhor por uma modalidade, o futebol, que sempre alimentou a sua vida - primeiro como árbitro, depois como presidente da Liga Portugal - é a promessa maior entre 433 medidas propostas no programa eleitoral de uma lista que ambiciona suceder. As eleições são no dia 14 e há outra lista a votos, liderada por Nuno Lobo, presidente da Associação de Futebol de Lisboa. Um deles irá suceder a Fernando Gomes na liderança da FPF.
Proença prometeu aumentar a prática desportiva através do aumento da atividade física desde a escola, que será a base para um futebol profissional de excelência: “Quero uma explosão de praticantes na base para ter troféus no topo da cadeia.” Segundo dados da FPF há 239 168 praticantes federados de futebol e futsal, mais 508 do que no final da temporada passada.
E porque “a federação é dos atletas e para os atletas” é preciso começar “por elas”, as mulheres jogadoras. O futebol e futsal feminino cresceu 1, 5% na última década, sendo agora praticado por 19 366 atletas. “Sem medo das palavras: é preciso fazer mais. Ir à base. A próxima década tem de ser delas”, defendeu Proença.
Tal como o DN tinha avançado há mais de um mês em primeira mão, Toni, Domingos e Daniel Carriço fazem parte dos candidatos a órgãos sociais, que faz jus ao lema Unir o Futebol. A lista integra três líderes de três instituições de classes, além do próprio Proença, ainda presidente da Liga Portugal. Luciano Gonçalves (líder da APAF e único das duas listas envolvidas nas eleições a colocar o lugar à disposição, por obrigação legal) será o presidente do Conselho de Arbitragem, enquanto Joaquim Evangelista (presidente do Sindicato de Jogadores) será vogal da direção e José Pereira (presidente da Associação Nacional de treinadores) é vogal suplente.
O candidato a presidente da FPF não respondeu a perguntas, mas no extenso discurso pediu ainda “um pacto” entre “clubes atletas, árbitros e Estado” para que a disciplina seja “profissional, rápida, explicável e próxima de todos os agentes”. Porque “uma federação forte não se faz com uma arbitragem fraca ou uma disciplina incompreensível”. “A competência da primeira e a compreensão da segunda podem inverter-se numa lógica que a ambas tem faltado”, justificou.
Profissionalizar a arbitragem é um objetivo do antigo árbitro, prometendo criar a Direção Técnica Nacional de Arbitragem para a gestão do setor. E vincou ainda possibilidade da “Supertaça ser totalmente relançada” e disputada... no estrangeiro. Uma ideia (polémica) que tentou implementar na Taça da Liga enquanto presidente da Liga.
Pelos ilustres presentes no auditório da FPF, na Cidade do Futebol, Proença já ganhou, mas personalidades como Santana Lopes, Miguel Relvas, Valentim Loureiro, Carlos Queiroz, António Oliveira, Ricardo Quaresma e Jorge Andrade não votam. Esse poder é de 84 delegados. Mas o líder da lista 1 não teve problemas em assumir o favoritismo: “Sem nenhum pingo de sobranceria, sabemos que a probabilidade de ganhar esta eleição é alta.”
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