É oficial. A Fórmula 1 vai regressar a Portugal em 2027 e 2028 no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, foi esta terça-feira, 16 de dezembro, anunciado. O Governo espera um impacto económico "não inferior a 140 milhões de euros" e estima que, cada uma das provas, possa trazer a Portugal cerca de 200 mil visitantes. "A Fórmula 1 anunciou hoje que regressará a Portugal em 2027 e 2028, no âmbito de um acordo de dois anos com o Governo português, Turismo de Portugal, e o promotor Parkalgar, Parques Tecnológicos e Desportivos, SA", informou, em comunicado, o promotor da prova rainha do desporto automóvel.A última vez que o Autódromo Internacional do Algarve recebeu provas de F1 foi em 2020 e 2021, durante a pandemia de Covid-19. Agora as provas de 2027 e 2028 serão as 19.ª e 20.ª edições do Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1."Situado no idílico Algarve, conhecido pelas suas espetaculares praias e pelo seu charme histórico, o circuito de 4,6 km oferece aos pilotos um desafio técnico, com mudanças drásticas de elevação que culminam numa descida íngreme até à última curva à direita que leva de volta à reta das boxes", lê-se no site da F1..Castro Almeida fala num "evento com um impacto direto na atividade económica". O Governo já se congratulou com o regresso da competição ao asfalto do circuito de Portimão. "Portugal está de volta ao mapa da Fórmula 1. O Grande Prémio de Portugal terá um impacto direto na atividade económica, gerando oportunidades em toda a cadeia económica – do turismo ao comércio, dos serviços às PME – projetando o país como um destino competitivo e fiável", destacou o ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, citado na nota da organização. "A realização do Grande Prémio no Algarve reforça a nossa estratégia de desenvolvimento regional, valorizando os territórios e criando oportunidades para as economias locais", adiantou.Já em comunicado do Ministério da Economia e da Coesão Territorial, o governante afirmou que "o regresso da Fórmula 1 inscreve novamente Portugal no calendário do evento desportivo de topo, que mobiliza uma grande atenção internacional e ajudará a promover a imagem do país”. Castro Almeida reforçou que “este será um evento com um impacto direto na atividade económica, na criação de valor para as empresas, na atração de investimento e na criação de emprego”. "O Grande Prémio do Algarve reforça a marca de um Portugal moderno, ambicioso e dinâmico, com grande capacidade de organização de grandes eventos internacionais”, destacou o ministro.Durante a conferência de imprensa, Castro Almeida falou numa "grande notícia para Portugal, e particularmente para o Turismo em Portugal". ."Espera-se um impacto económico não inferior a 140 milhões de euros", diz ministro Castro Almeida. O Ministério da Economia e da Coesão Territorial explicou que a cerimónia de assinatura que formalizou o regresso da F1 a Portugal, em 2027 e 2028, decorreu em Londres no final da semana passada, tendo contado com a participação do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado.Trata-se de um "evento alinhado com a estratégia nacional do Turismo no que diz respeito à notoriedade e na projeção da imagem internacional do Algarve e que terá grande impacto direto e indireto na economia portuguesa", destaca o ministério."Estimamos que a realização desta prova possa trazer a Portugal, em cada um dos anos, cerca de 200 mil visitantes. Entre 150 mil espectadores, mais de metade dos quais internacionais, e mais de 50 mil profissionais", disse o ministro em conferência de imprensa.Castro Almeida falou também nas estimativas económicas do evento. "Espera-se um impacto económico não inferior a 140 milhões de euros. E o custo estimado para o Estado será inferior ao valor da receita esperada de impostos sobre a atividade económica associada a estas corridas" anunciou o ministro. "Esperam-se mais de 920 milhões de seguidores em cada um dos Grandes Prémios, ao longo de mais de quatro mil horas de transmissão televisiva", acrescentou Castro Almeida. A organização da competição recordou que "Portugal tem um historial de prestígio na Fórmula 1, tendo acolhido o seu primeiro Grande Prémio no Porto em 1958". Lembrou a realização de etapas em Monsanto e no Estoril. "Alguns dos maiores pilotos de Fórmula 1 já subiram ao degrau mais alto do pódio em Portugal, entre os quais Stirling Moss, Alain Prost, Ayrton Senna e Nigel Mansell", destacou. Aliás, Senna conquistou a sua primeira vitória num Grande Prémio de Fórmula 1 no Estoril, em 1985. .Circuito de Portimão "proporciona emoção em pista da primeira à última curva", diz CEO da Fórmula 1. "Estou muito feliz por ver Portimão regressar ao calendário da Fórmula 1 e que o desporto continue a inflamar a paixão dos nossos incríveis fãs portugueses. O circuito [de Portimão] proporciona emoção em pista da primeira à última curva, e a sua energia contagia os fãs", declarou o Stefano Domenicali, presidente e CEO da Fórmula 1, que aproveitou para agradecer ao Governo português, assim como a todos os intervenientes nacionais, "o interesse" em acolher um Grande Prémio de F1.Também Jaime Costa, presidente e CEO do Autódromo Internacional do Algarve, manifestou felicidade pelo facto de o país voltar a receber a F1. "O Grande Prémio de Portugal irá demonstrar a excelência do nosso circuito e a paixão dos nossos fãs, dando um grande impulso ao nosso turismo, região e comunidade", afirmou, citado no comunicado da organização.“Esta conquista só foi possível graças ao apoio contínuo – desde o início – do Governo português. O traçado único de Portimão, com as suas curvas sinuosas, desafiará os melhores pilotos do mundo e criará um espetáculo que os fãs vão adorar", prometeu o responsável pelo circuito do Algarve. “Estamos ansiosos por criar momentos inesquecíveis e estabelecer novos padrões de excelência dentro e fora das pistas.”Refere ainda o Ministério da Economia e da Coesão Territorial que este evento desportivo, "que aposta na inovação e sustentabilidade, terá efeitos sociais consideráveis, nomeadamente na criação de emprego, reforço da cadeia de fornecedores locais e dinamização de pequenas e médias empresas, contribuindo desta forma para reduzir desigualdades regionais e alavancar a economia local de forma sustentável". “Procuramos valorizar os territórios e criar oportunidades para as economias locais”, referiu o ministro Castro Almeida.O britânico Lewis Hamilton, recorde-se, venceu as duas últimas provas de F1 no circuito de Portimão, onde "ultrapassou o recorde de Michael Schumacher de vitórias em todos os tempos".Em agosto, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, já tinha revelado, durante a Festa do Pontal, do PSD, Quarteira, no Algarve, que estava tudo pronto para o regresso da F1 a Portugal. "Uma das circunstâncias que mais contribui para a promoção desta região são os grandes eventos. Assegurámos a realização do MotoGP, a prova mãe do motociclismo a nível mundial para 2025 e 2026. E estou em condições de vos dizer que temos tudo pronto para formalizar o regresso da Fórmula 1 ao Algarve no próximo ano, em 2027. Estes eventos implicam algum esforço financeiro por parte do governo, mas têm um retorno quer financeiro direto, quer indireto de promoção que valem, sinceramente, a pena", declarou, na altura, o chefe do Governo..Associação ambientalista Zero contesta apoio do Estado ao regresso da Fórmula 1