O que esperar de Pichardo em 2022? Tudo. Recordes, títulos mundiais e europeus...
Depois do ouro nos Jogos Olímpicos, todas as esperanças estão no triplista português. O próximo verão será de loucos, com dois campeonatos internacionais separados por apenas um mês. Saltar 18,29 metros é a meta.
Será um ano de loucos para Pedro Pablo Pichardo! Seja com a camisola do Benfica ou da seleção nacional, o triplista só vai respirar fora das pistas de atletismo lá para setembro ou outubro de 2022. Até lá tem uma dezena de provas em agenda - incluindo dois Mundiais e um Europeu -, que, no dialeto do campeão Olímpico do triplo salto, significa outras tantas oportunidades para conquistar medalhas e bater recordes, ganhando ainda mais destaque na história do atletismo nacional e mundial.
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Descansar à sombra do ouro conquistado em Tóquio que o colocou na história do desporto português não é de todo para o atleta do Benfica. Ele quer mais. Muito mais! A meta está definida: passar os 18, 29 metros e estabelecer novo recorde mundial do triplo salto. "Acho que seria um bocado arrogante... mas, obviamente, quero fazer um grande salto. Pelo menos bater o recorde do mundo, pelo menos 18,30, mais um centímetro do que o recorde, era o que eu gostaria", afirmou o campeão olímpico há dias em entrevista à Lusa.
Apesar da ambição, Pedro é um pouco mais comedido do que o pai e treinador, Jorge Pichardo, que tem apontado aos 18,60 m. Bater o recorde nacional indoor e melhorar o de pista ao ar livre são outros objetivos para o próximo ano.
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O campeonato do mundo de atletismo indoor é já em março (18 a 20), em Belgrado (Sérvia). Os Mundiais ao ar livre são em julho (15 a 24 de julho) no Oregon (EUA). E logo um mês depois os Europeus de Munique (15 a 21). A agenda do atleta português contempla ainda os campeonatos nacionais de clubes de pista coberta (janeiro) e ar livre (maio), os Campeonatos de Portugal indoor (fevereiro) e ar livre (junho) e a Liga Diamante (tem 13 etapas e a final marcada para 8 de setembro).
A época de Pichardo está planificada ao pormenor e tem ainda em conta provas e estágios de preparação das grandes provas. Um Mundial e um Europeu no espaço de um mês em continentes diferentes é uma das preocupações do atleta do Benfica. A preparação para o infernal 2022 começou em outubro, depois de um mês de férias após ser campeão olímpico e fechar a época com a conquista da Liga Diamante, em Zurique (Suíça).
Quem o conhece diz que o atleta está a colher aquilo que planeou quando tinha seis anos e começou a saltar (ao 14 mudou-se para o triplo salto). Para uns pode parecer um exagero, mas tudo neste português nascido em Cuba tresanda a disciplina, rigor, profissionalismo, foco e sucesso, seja traduzido em medalhas ou recordes.
Ambição até aos 35 anos
Em Portugal desde que desertou de Cuba em abril de 2017, Pedro Pablo Pichardo vive agora dias de tranquilidade com a família perto dele, o que lhe permite concentrar-se a 100% no atletismo. Move-se pela obsessão do recorde do mundo, inabalável desde 1995, mas tem também umas contas a ajustar com os Mundiais de atletismo.
Em 2015, ainda em representação de Cuba, subiu ao pódio nos Mundiais de Pequim, lado a lado com Nelson Évora (medalha de bronze) e Christian Taylor (ouro). Depois foi penalizado pela mudança de bandeira. As regras da World Athletics preveem um período de três anos sem competir internacionalmente para os naturalizados e Pichardo falhou os Mundiais Indoor de Birmingham e os Europeus de Berlim e de Glasgow. O que levou o Benfica a atacar a Federação Portuguesa de Atletismo por não lutar pela rápida integração do triplista, não invocando as medidas de exceção previstas. Por isso só se estreou-se com as cores portuguesas em agosto de 2019 com uma vitória no Europeu de Nações, em Sandnes, na Noruega, ao saltar 16,98 metros.
Depois desiludiu nos Mundiais ao ar livre de 2019 com um quarto lugar, mas desde então, seja pelo Benfica ou por Portugal, tem estado sempre nos primeiros lugares e vingou-se nos Europeus de março de 2021 ao conquistar o ouro. O ano que agora termina seria coroado com a esperada medalha olímpica. Que ele espera não ser a única na carreira. "Ainda falta muita coisa para ganhar. Sou uma pessoa muito ambiciosa e, pelo menos até aos 35 anos, que é quando quero acabar a carreira, gostaria de, em Paris 2024 e em Los Angeles 2028, também levar uma medalha. A cor não tem diferença, porque já atingi o ouro, mas gostava de uma medalha nesses Jogos e nos Mundiais também", confessou Pedro Pichardo, de 28 anos, um atleta que gostaria de acabar a carreira daqui a uns sete anos "sempre a somar".
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