Nuno Santos não assumiu culpa por ferimentos a adeptos e vai recorrer do castigo

Nuno Santos foi hoje castigado com oito jogos de suspensão, na sequência de ferimentos provocados a dois espectadores, por ter partido um vidro de um camarote do Estádio Municipal de Aveiro, durante a Supertaça, no dia 3 de agosto, num jogo que o Sporting perdeu com o FC Porto (3-4).

O jogador, que se encontra a recuperar de uma rotura do tendão rotuliano do joelho direito, que o irá afastar dos relvados até maio, vai recorrer da decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto, segundo soube o DN. Isto apesar de os regulamentos não impedirem que cumpra o castigo enquanto recupera de lesão, bastando para isso estar inscrito, como consta da alínea b) do n.º 2 do artigo 38.º do Regulamento Disciplinar da Liga Portugal, o mesmo que foi aplicado para o castigar.

Segundo o acórdão do Conselho de Disciplina (CD), hoje divulgado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Nuno Santos foi castigado ao abrigo do artigo 152.º do Regulamento, que pune as agressões a espectadores, com oito jogos de castigo - de um máximo de 10 e um mínimo de um - e uma multa de 3060 euros, acrescida de 510 euros pela inobservância de outros deveres. 

Segundo se pode ler no documento, “o arguido” declinou “qualquer responsabilidade na causação da queda do vidro”, pelo que “não reconheceu o desvalor do seu comportamento, não tendo interiorizado, suficiente e devidamente, a sua culpa”.

Algo que vai contra o noticiado na altura e que consta do processo. Nuno Santos abordou o pai da adepta assistida a um “hematoma epicraniano” numa unidade hospitalar de Aveiro, assumindo a responsabilidade pela situação, alho que fez por ser um dos capitães de equipa e não como autor do incidente, segundo ele. A postura do jogador terá mudado depois do pai recusar que ele visitasse a filha no hospital.

Segundo concluiu o CD, o vidro foi projetado e tal aconteceu por efeito de ação contundente de alguma das pessoas presentes no referido camarote, que, pela sua violência, teve “necessariamente se ser realizada com o pé”. Por tudo isto resolveu aplicar um castigo de oito jogos ao extremo.

Matheus Reis também foi multado em 510 euros, enquanto o avançado júnior Afonso Moreira foi absolvido - estava acusado de violar os deveres de participação na competição. O órgão disciplinar da FPF decidiu ainda por unanimidade aplicar uma multa de 3570 euros ao Sporting em função do mau comportamento de agente desportivo afeto ao clube nesse jogo da Supertaça.

As decisões são passíveis de recurso para o Conselho de Justiça da FPF ou para o Tribunal Arbitral do Desporto, tendo o jogador optado por este último, ao que o DN apurou.