"Nunca vou entender a decisão da FIFA"

Em entrevista ao <em>The Guardian</em>, médio português recordou o meio ano que passou sem jogar, devido ao atraso na transferência para o Leicester e mostrou-se magoado "não com o Sporting, mas com o presidente"
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Em entrevista concedida ao jornal inglês "The Guardian", Adrien Silva abriu o coração e fez um primeiro balanço dos tempos que tem passado em Inglaterra, a começar pelo atraso de 14 segundos que impediu asua inscrição a 31 de agosto.

Adrien admite que a seguir ao fecho das inscrições não percebeu se era jogador do Sporting ou do Leicester e por isso ficou sentido quando o presidente leonino abordou a situação para dizer que era um processo encerrado. "A transferência de Adrien está completa. Espero claramente que o Leicester o consiga inscrever", disse então Bruno de Carvalho.

Adrien explica que a sua frustração não foi direcionada para o clube que o formou. "Frustrado? Com o Sporting não. Com o presidente sim, o que são coisas diferentes. Acredito que ele tentou proteger o seu clube. Mas no futebol, quando se representa um clube, é mais importante proteger a pessoa ou o jogador."

Convidado a dizer a quem atribuía culpas pelo facto de não ter sido inscrito, Adrien não podia ser mais elucidativo: "Para mim, sobretudo, a FIFA (...) Nunca vou entender a decisão da FIFA, mesmo depois de o Leicester ter tentado inverter a situação (...) Não há qualquer proteção dos jogadores nestes casos. Se os jogadores são a parte mais importante, então por que é que a FIFA não pensa nisso e abre exceções? Tudo bem quando se passa o prazo por horas, mas estamos a falar de segundos neste caso, por isso, acho que foi uma má decisão"

E por causa deste imbróglio, Adrien foi aconselhado a escolher o número 14. "Estava a falar com o meu empresário, que passou um mês e meio comigo no hotel, e disse-lhe: 'Temos de gozar com isto. Porque não jogar com o número 14?'"

A finalizar falou sobre a sua despedida em Alvalade, já depois de ter assinado pelo Leicester: "Todos os anos que lá passei vieram-me à memória e, por isso, foi muito sentimental. O Sporting fez-me jogador, mas também homem e, por isso, terá sempre um lugar especial no meu coração."

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