Muro bianconero foi abaixo com inspiração de CR7

Com segunda parte arrasadora, Real Madrid goleou a Juventus, tornando-se a primeira equipa bicampeã no novo formato.
Publicado a
Atualizado a

Bis de Cristiano Ronaldo, 12.ª vitória do Real Madrid na Taça/Liga dos Campeões. Dois fenómenos juntos que estão a marcar os últimos anos no futebol europeu e que nem o muro seguro que foi a Juventus conseguiu travar: em Cardiff, na grande decisão, os campeões espanhóis golearam por 4-1 e tornaram-se a primeira equipa a revalidar o título desde que a prova mudou o seu formato no início dos anos 90. E Zidane já inscreveu o seu nome na história do futebol, com duas Champions, uma Liga, um Mundial de Clubes e uma Supertaça Europeia em ano e meio no banco principal dos espanhóis. Para a vecchia signora sobrou a sétima final perdida e Buffon vai ter de esperar para completar o seu extraordinário palmarés.

Com o teto do Millennium Stadium fechado, tal como sucedeu quando José Mourinho conseguiu o seu primeiro troféu no estrangeiro como técnico principal, Zidane optou por lançar Isco em vez de permitir que Bale fosse titular na sua terra. Do outro lado, Massimiliano Allegri escalou três centrais mas Barzagli foi sempre mais defesa direito, uma vez que Dani Alves, a cumprir o seu 100.º jogo na Champions, jogou sempre muito adiantado, como se fosse um extremo - impedindo assim que Marcelo tivesse tranquilidade para subir ao ataque.

Após Dybala dar o pontapé de saída, as equipas lançaram-se para uma meia hora frenética, digna da importância do jogo. Começou melhor a Juventus, tomando a iniciativa e bloqueando facilmente as saídas merengues, tendo os primeiros remates, nos instantes iniciais, pertencido aos italianos: Higuaín, por duas vezes, testou a atenção de Navas. Aos sete minutos, o guardião merengue foi obrigado a defesa extraordinária, indo junto ao poste desviar um remate de Pjanic com o selo de golo.

Só aos nove minutos se viu CR7 mas o português não deixou os seus créditos por pés alheios na primeira oportunidade que teve, aos 20. Numa altura em que o Real já tinha equilibrado, Kroos e Benzema "cozinharam" o lance que permitiu o 1-0. Ronaldo, pois então, a marcar pela terceira vez numa final, após um passe de Carvajal concluído com um remate ao poste mais distante, sem hipóteses para Buffon.

Intervalo muda tudo

Mas a resposta dos bianconeri só demorou apenas sete minutos, na conclusão de um belo lance coletivo. Higuaín amorteceu, Madzukic parou no peito e, de costas para a baliza, rematou em jeito, com a bola a sobrevoar Navas e a entrar junto à trave - um golo fabuloso, ao nível do apontado por Zidane em Glasgow, frente ao Leverkusen.

A partir daí, o ritmo baixou. CR7 ainda tentou duas vezes o remate (uma bicicleta que ficou no muro defensivo dos italianos e um desvio de cabeça que lhe saiu muito mal) mas o intervalo chegou sem que o resultado se alterasse.

O segundo tempo foi outra história: a Juventus só uma vez chegou com perigo à baliza de Navas, já perdia por 3-1, num desvio de Alex Sandro. O resto foi tudo do Real Madrid. Modric, Marcelo e Isco ameaçaram, Casemiro concretizou: o ex-FC Porto arrancou um remate a 30 metros da baliza, a bola enrolou em Khedira e entrou junto ao poste direito de Buffon, que não viu a bola partir. E três minutos volvidos, na sequência de um centro de Modric, Cristiano bisou, algo que não acontecia desde que Diego Milito deu o triunfo ao Inter ante o Bayern... no Bernabéu.

Com dois golos de vantagem, o Real limitou-se a gerir. Entraram Bale, Asensio e Morata, cabendo ao segundo fechar o marcador, a cruzamento de Marcelo, isto quando Cuadrado já tinha sido expulso. Num só jogo, a Juventus sofreu mais golos do que em toda a competição e Sergio Ramos voltou a erguer a "orelhuda". Se Gales já tinha um príncipe, ontem ficou a conhecer o rei CR7.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt