Mourinho já gastou 150 milhões em portugueses. Rui Patrício é o próximo

Em todos os clubes no estrangeiro, o Special One teve sempre atletas lusos. Agora para a Roma segue o dono das redes da seleção nacional, o 13.º português contratado por Mou.
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José Mourinho está muito perto de garantir um reforço português para a baliza da Roma. Trata-se do internacional português Rui Patrício, 33 anos, que vai trocar o Wolverhampton pelo clube italiano por um valor a rondar os 10 milhões de euros. Patrício vai tornar-se na 13.ª contratação portuguesa do Special One em clubes estrangeiros, numa saga que começou em 2004, no Chelsea, e que já obrigou os clubes que treinou a gastarem 150 milhões de euros em portugueses.

Sempre que treinou emblemas estrangeiros, Mourinho teve nos seus plantéis portugueses. E a Roma não será exceção, com a quase certa aquisição de Rui Patrício. Tudo começou no famoso verão de 2004, quando o treinador de Setúbal, depois de uma época no FC Porto onde ganhou o campeonato e a Champions, foi seduzido pelo projeto milionário de Roman Abramovich e rumou ao Chelsea.

Mal aterrou em Londres, Mourinho tratou logo de assegurar de uma assentada três internacionais portugueses. Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira e Tiago viajaram para Inglaterra, aos quais se juntou um nome menos mediático, Nuno Morais, na altura um jovem do Penafiel. Os três primeiros custaram ao clube de Stamford Bridge 62 milhões de euros, enquanto este último, representado por Jorge Mendes, mudou-se a custo zero. Anos mais tarde, em 2006, chegaram ainda o guarda-redes Hilário (a custo zero) e Maniche (cedido pelo Dínamo de Moscovo).

A primeira passagem de Mourinho pelo Chelsea durou até setembro de 2007. O técnico ficou apenas alguns meses no desemprego e a 2 de junho de 2008 foi anunciado como treinador do Inter Milão. Em agosto chegava ao Inter o português Ricardo Quaresma, numa transferência avaliada em 24,6 milhões de euros, incluindo o passe de Pelé, jogador que fez o percurso contrário e assinou pelo FC Porto.

Depois do Inter, onde conquistou mais uma Liga dos Campeões, dois campeonatos italianos, uma Taça e uma Supertaça de Itália, Mourinho rumou ao Real Madrid na temporada 2010-11. Para reforçar o centro da defesa, exigiu a contratação de Ricardo Carvalho, que deixou o Chelsea a troco de oito milhões de euros para reencontrar o técnico com quem trabalhara no FC Porto e em Stamford Bridge. Na época seguinte mais um desejo português: Fábio Coentrão deixou o Benfica e assinou pelo Real Madrid por 30 milhões de euros. E chegou ainda Pedro Mendes, por empréstimo do Sporting.

No dia 20 de maio de 2013, o Real Madrid anunciou que Mourinho não iria continuar como treinador. E nem um mês depois estava a assinar de novo pelo Chelsea. Nesta segunda passagem pelos londrinos, contudo, o técnico não contratou nenhum jogador português.

Seguiu-se o Manchester United, em maio de 2016. Na primeira época Mourinho não recrutou reforços portugueses, mas na segunda temporada chegou a Old Trafford o jovem defesa Diogo Dalot, que trocou o FC Porto pelos red devils por 22 milhões de euros.

Despedido em dezembro de 2018 pelo clube gerido pela família Glazer, Mourinho esperou sensivelmente um ano para voltar ao ativo. Outra vez num clube inglês, desta feita o Tottenham, para substituir Mauricio Pochettino em novembro de 2019. Já com o período de transferências encerrado, esperou pelo mercado de janeiro para ir buscar um português. O eleito foi Gedson Fernandes, que chegou do Benfica por empréstimo, mesmo assim pago, de 4,5 milhões.

Ao longo da sua carreira como técnico principal, que se iniciou no Benfica no ano de 2000, Mourinho contratou alguns guarda-redes. Petr Cech, ao contrário do que possa pensar, apesar de ter chegado ao Chelsea na mesma altura, foi uma escolha de Claudio Ranieri. Mas o Special One levou para o clube londrino Asmir Begovic (11 milhões de euros), além do português Hilário. E no Inter contratou Emiliano Viviano (sete milhões).

Na sua passagem pelo Real Madrid contratou Diego López ao Sevilha (3,5 milhões), numa transferência que deu muito que falar. Aliás, ficou célebre a frase do setubalense numa conferência em maio de 2013. "Casillas? Gosto mais de guarda-redes com outro perfil. Da mesma forma, Casillas pode dizer que gosta mais de um treinador como Del Bosque ou Pellegrini. Enquanto for treinador do Real vai jogar sempre Diego López. É essa a minha decisão", afirmou na altura.

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