Miguel Oliveira assinou pela BMW e vai participar no Campeonato Mundial de Superbike em 2026, deixando assim o MotoGP. “Assinar pela BMW é uma mistura de orgulho e motivação. Orgulho por me juntar a um projeto ambicioso, que tem vindo a crescer e a afirmar-se no Mundial de Superbike, e motivação porque sinto que vou começar uma nova fase na minha carreira. É sempre desafiante mudar, mas também é uma oportunidade para explorar novos horizontes e voltar a lutar por vitórias”, disse ao DN, o piloto português, que hoje vai anunciar o acordo com a nova equipa.Sair da elite do motociclismo de velocidade ao fim de sete épocas e cinco corridas ganhas, incluindo o Grande Prémio de Portugal em 2020, faz o piloto português pensar que deixa uma porta aberta para o regresso: “Prefiro pensar como um ‘até já’. O MotoGP marcou a minha vida durante mais de 15 anos, e eu sei que esse capítulo nunca se fecha por completo. Agora a minha energia vai estar no Superbike, mas mantenho sempre a porta aberta para o futuro.”Na hora de fazer um balanço, quando ainda faltam cinco corridas - em três circuitos em que já festejou, Malásia, Indonésia e Portugal - para o fim do campeonato mundial deste ano, o Falcão mostra-se muito agradecido pelas oportunidades que teve e que aproveitou ao máximo. “Muita gratidão. Foram anos de aprendizagem constante, de altos e baixos, mas acima de tudo de crescimento como piloto e como pessoa. Consegui vitórias históricas para Portugal, momentos inesquecíveis com equipas e fãs, e acho que deixo uma marca positiva no campeonato. Quanto à época atual, ainda não acabou, mas a verdade é que tenho dado tudo para terminar em alta e honrar a minha pilotagem cada corrida”, disse o primeiro e único português a correr no MotoGP. A próxima corrida é no circuito de Mandalika, na Indonésia, onde Miguel Oliveira (30 anos) venceu na estreia do traçado no campeonato MotoGP, em 2022. O primeiro fim de semana de novembro (entre os dias 7 e 9) marca o regresso a “casa” para o Grande Prémio de Portugal. “Portimão é sempre especial, mas este ano terá um significado ainda maior. Vai ser uma espécie de despedida de casa no MotoGP, um momento de partilha com os fãs e com todos os que estiveram comigo neste caminho. Quero que seja uma festa do motociclismo e uma memória bonita para todos nós”, confessou o ainda piloto da Yamaha. Na hora de dizer “até já” ao sonho de menino, o que o Miguel Oliveira de hoje diria ao Miguel Oliveira de 2019, quando entrou no MotoGP? “Diria para acreditar ainda mais. Para confiar no processo, mesmo quando parece difícil, porque os momentos de sacrifício acabam sempre por ser recompensados. Em 2019 ainda era muito impaciente, queria que tudo acontecesse rápido. Hoje sei que cada etapa foi necessária para me tornar no piloto e no homem que sou”, respondeu o piloto natural de Almada. .Miguel Oliveira: “Acredito que sou um dos pilotos mais completos da grelha do MotoGP”.Em 2026 vai trocar a Yamaha pela BMW M 1000 RR e competir ao lado do italiano Danilo Petrucci. O talento, versatilidade e experiência de Miguel Oliveira convenceram o diretor da BMW Motorrad, Sven Blusch, que espera conquistar o título mundial em 2026 com a dupla italo-portuguesa.O campeonato Superbike é assim mais um episódio na vida do piloto português, depois de correr na categoria de 125cc, Moto3 (foi vice-campeão do mundo e 2015), Moto2 (foi vice-campeão do mundo em 2018) e do MotoGP, onde compete desde 2019.Em 2026, Portugal acolhe duas provas do Mundial de Superbike. O Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, recebe a segunda prova do campeonato (27 a 29 de março) e o Autódromo do Estoril assiste à penúltima etapa (9 a 11 de outubro).isaura.almeida@dn.pt.Miguel Oliveira fica sem equipa para a próxima época de MotoGP