Martínez diz que Portugal é a seleção que mais arrisca... mas golos “é diferente”
PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

Martínez diz que Portugal é a seleção que mais arrisca... mas golos “é diferente”

O selecionador nacional rebateu as críticas, mas admitiu que “é preciso melhorar”, pois gosta “jogar bem, bonito e com muitos golos”. O treinador avisou que será preciso sofrer no jogo desta sexta-feira à noite com a França, mas acrescentou que “o importante é ter um final feliz”.
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Roberto Martínez garantiu esta quinta-feira que todos os jogadores da seleção nacional estão recuperados do esforço despendido nos 120 minutos da partida com a Eslovénia, razão pela qual “estão todos preparados” para a partida desta sexta-feira à noite (20.00, TVI) com a França, dos quartos-de-final do Euro 2024. “O tempo de utilização no último jogo não terá qualquer significado”, reforçou o selecionador nacional.

A antevisão do duelo com os franceses foi utilizada pelo treinador espanhol para se justificar perante as críticas que lhe têm sido dirigidas sobre o facto de Portugal apresentar um futebol previsível sem arriscar muito. Martínez começou por dizer que “os jogos são muito competitivos” e que tem sido “difícil marcar o primeiro golo” neste torneio, para depois ser mais incisivo: “Não concordo.Somos a seleção que mais arrisca... diferente é o golo. Mas temos posse de bola, arriscamos e os rankings do torneio mostram isso. Dizem que utilizamos o talento dos jogadores para ganhar, só que precisamos de marcar mais oportunidades.”

Consciente de que “é preciso melhorar”, Roberto Martínez refutou a ideia de previsibilidade do jogo da equipa das quinas, lembrando que “o importante é ter sincronização e conhecimento”, pois a equipa precisa de “tentar ser imprevisível de jogo para jogo”. Outra crítica que lhe tem sido feita tem a ver com o facto de não substituir jogadores como CristianoRonaldo, Bernardo Silva ou Bruno Fernandes. O selecionador nacional sublinhou que “as críticas fazem parte” do seu trabalho, mas lembrou que durante os jogos tem “informação, critério e dados para tomar decisões”. “Trabalho com os jogadores e tomo decisões com base nesse trabalho, mas o meu foco não é ouvir as críticas, mas fazer que o rendimento seja o melhor possível”, sublinhou, revelando de imediato o critério para a cobrança dos livres, que até agora têm sido um exclusivo de Ronaldo: “Os jogadores praticam muito as bolas paradas no treino e o Cristiano e o Bruno Fernandes têm essa responsabilidade dentro do campo. Algumas vezes é o perfil, a posição, o momento, mas temos a sorte de ter dois jogadores com um nível muito alto.”

Já sobre o facto de a equipa das quinas usar muitas vezes os cruzamentos para a área contrária, o selecionador justificou que a equipa procura “atacar o adversário de todos os lados, não apenas com num foco”, pois tem jogadores que “podem fazer a diferença em todas as fases do jogo”.“Os cruzamentos não tiveram a eficácia que podem ter, mas o importante é chegarporque é a forma de criar oportunidades. Estamos a trabalhar nisso, mas não estou preocupado”, explicou Roberto Martínez que assumiu ainda gostar de “jogar bem, bonito e com muitos golos”, mas lembrou que “a perfeição não existe”, embora admita que a seleção luta para “mostrar o máximo nível”. “Quando jogamos bonito, jogamos melhor e temos mais opções para ganhar”, sublinhou, dizendo que prefere “fazer a avaliação” no final dos torneios.

Sobre a melhor forma de parar Mbappé, o treinador nacional prefere pensar que “o importante é controlar o contra-ataque”, pois “a França não é só Mbappé”, pois “tem outros jogadores que podem atacar o espaço”. Nesse sentido, diz que para vencer a partida a seleção precisa de “defender bem” e necessita de ter “um desempenho completo”. 

Roberto Martínez deixou ainda o aviso que “sofrer faz parte da vida e do futebol”, mas reforçou que “o importante é ter um final feliz”. Assim, garante que a seleção vai “dar tudo, com os jogadores focados neste grande momento do futebol português”. 

Bernardo Silva: “Devemos estar a fazer alguma coisa bem...”

Bernardo Silva admitiu entretanto que possa haver “um pouco mais de espaço para as duas seleções” no jogo desta sexta-feira à noite em Hamburgo. O médio ofensivo destacou que “Portugal tem feito um trabalho espetacular e está num bom lugar para tentar alcançar um dos objetivos” que levou para o Euro 2024. “Para estarmos últimos oitos do torneio devemos estar a fazer alguma coisa bem”, reforçou, embora tenha admitido que a seleção terá de “estar a um altíssimo nível para vencer a França”. 

Em relação à ideia de que ainda não atingiu a melhor forma neste Europeu, o jogador do Manchester City disse estar “a dar o melhor”, mas admitiu que ainda possa “melhorar” o seu rendimento.  Uma coisa já ninguém lhe tira: as emoções do jogo com a Eslovénia.“Vou recordar para o resto da vida. Foi um momento de grande euforia, depois de estar a uma curta distância de ficar fora do Europeu”, disse.

Bernardo Silva considera Portugal e França “duas seleções fantásticas” e fez questão de elogiar Mbappé, com quem se cruzou no Mónaco, garantindo tratar-se de um jogador “magnífico”.

Cristiano Ronaldo, entretanto, deixou uma mensagem nas redes sociais.

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