Lamine Yamal dispensado da seleção. Federação acusa Barcelona de esconder intervenção médica

Lamine Yamal dispensado da seleção. Federação acusa Barcelona de esconder intervenção médica

Jogador fez cirurgia não invasiva, que o obriga a parar 7 a 10 dias, e que não foi comunicada à estrutura médica da seleção de Espanha.
Publicado a

É guerra aberta e declarada publicamente num comunicado. Lamine Yamal foi "dispensado" da seleção espanhola de futebol por não estar em condições de ajudar a equipa no duplo compromisso de Espanha, Geórgia e Turquia, da fase final do apuramento para o Mundial2026.

Segundo a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), o jogador do Barcelona foi submetido, sem aviso prévio, a um procedimento médico horas antes do início do estágio, sabendo que teria de parar entre 7 a dez dias.

Os serviços médicos da RFEF expressaram "surpresa e mal-estar" ao tomarem conhecimento, às 13h47 de segunda-feira, de que o jogador tinha realizado, nesse mesmo dia, de manhã, um tratamento por radiofrequência devido a uma pubalgia. Em comunicado, os médicos garantem que apenas receberam um relatório, às 22h40 de domingo, onde era indicada a necessidade de repouso entre sete a dez dias. Mas sem nunca se referir a intervenção.

Por isso e "priorizando a saúde e o bem-estar do atleta", a federação decidiu cortar o nome do extremo de 18 anos da convocatória, desejando-lhe "uma rápida e completa recuperação".

Numa entrevista à RNE, o selecionador de Espanha, Luis de la Fuente, disse nunca ter visto comportamento igual em toda a carreira, por parte de um clube: “Existem procedimentos médicos que acontecem sem a Federação saber, é assim que funciona, temos que aceitar, mas nunca vivi uma situação como esta. Não acho que seja normal. Apanhou-nos de surpresa. Não recebemos nenhuma notícia, não sabemos nenhum detalhe e, além disso, é uma questão de saúde, então ficamos todos surpresos.”

E o caso parece dividir a própria RFEF, uma vez que o diretor técnico desvalorizou o alegado mal estar entre a federação e o Barcelona, e disse que isso é uma coisa dos médicos. “Desconforto? Isso já não me diz respeito, é assunto para os médicos. Sempre disse que a comunicação com todos os clubes tem sido fantástica”, disse Aitor Karanka, acrescentando que falou com Deco, diretor do Barcelona, na manhã de terça-feira, depois de tomada a a decisão de o dispensar.

"A decisão de o dispensar é para o bem dele, para que ele possa recuperar e voltar o mais rápido possível, porque quanto melhor ele estiver no clube, melhor estará para a seleção”, acrescentou Karanka, revelando que De la Fuente também conversou com Lamine antes de o desconvocar.

Segundo a Imprensa espanhola, este é apenas mais um episódio de uma "guerra", que começou em setembro quando Hansi Flick, técnico do Barcelona, acusou Luís de La Fuente, selecionador espanhol, de "não proteger Yamal". Algo que, segundo o diretor da RFEF, a federação fez ao libertá-lo do duplo compromisso da seleção: "Acho que hoje é um exemplo de como a seleção cuida não só do Lamine, mas de todos os jogadores, e quando há um laudo médico indicando que um jogador pode estar em risco de lesão, ele é libertado para voltar ao seu clube."

Diário de Notícias
www.dn.pt