Violência em Alcochete: Há seis elementos da Juve Leo identificados

Os 23 suspeitos detidos pela GNR está indiciados pelos crimes de terrorismo, sequestro e ofensa à integridade física qualificada
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Pelo menos seis dos 23 suspeitos identificados pela GNR são membros da claque Juventude Leonina e estão registados na base de dados oficial do Instituto Português de Desporto e Juventude (IPDJ). Segundo informações recolhidas pelo DN junto a fontes policiais que estão a acompanhar a investigação estes não seriam dos elementos mais radicais da claque liderada por Mustafá, detido em 2015, com Paulo Pereira Cristóvão por suspeitas de roubos violentos.

Haverá também o envolvimento dos chamados "Casuals", conforme o DN já noticiou e, em alguns casos, alguns deste grupo que simultaneamente pertencem a claques. No entanto, está a ser apurado até que ponto as agressões aos jogadores tinham sido premeditadas e ainda se todos os que alinharam com o grupo sabiam disso.

Os indícios apontam, de acordo com as mesmas fontes, para que alguns soubessem e estivessem a cumprir ordens. De quem, estará em vias de ser revelado. Na verdade, não era a primeira vez que grupos de adeptos se deslocaram a Alcochete para "pedir contas" à equipa, mas nunca com este desfecho. Alguns olhos estão colocados nos peritos da PSP, os spotters, que fazem o controlo das claques e que não terão antecipado os incidentes, apesar do clima de tensão, conhecido publicamente, vivido no clube.

Na terça-feira, cerca de 50 pessoas, de cara tapada, alegadamente adeptos 'leoninos', invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, o treinador Jorge Jesus e outros membros da equipa técnica.

Na sequência da invasão à Academia 'leonina', a GNR deteve 23 suspeitos, apreendeu cinco viaturas ligeiras, vários artigos relacionados com os crimes e recolheu depoimentos de 36 pessoas, entre jogadores, equipa técnica, funcionários e vigilantes ao serviço do clube.

Num comunicado divulgado na sua página do Facebook, nesse dia, a Juventude Leonina dizia não se rever nos atos praticados. "A Juventude Leonina lamenta profundamente o ocorrido e não se pode rever nos atos praticados contra o Sporting Clube de Portugal", escrevia a organização, recordando que é a claque mais antiga de Portugal e tem mais de 7.000 sócios.

Na mensagem, a Juventude Leonina dizia ainda que não pode admitir os ataques de que tem sido alvo, "lá porque aparece uma pessoa com a camisola da claque" no grupo dos agressores que invadiram a academia.

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