Insultos racistas contra jogador pararam jogo da I Liga. Caso segue para o MP
LUÍS FORRA/LUSA

Insultos racistas contra jogador pararam jogo da I Liga. Caso segue para o MP

Chiquinho queixou-se, o árbitro parou o jogo e a PSP identificou adepto. Liga, Sindicato e Famalicão repudiaram e Farense demarcou-se do incidente.
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O jogo da 21.ª jornada da I Liga entre o Farense e o Famalicão, que terminou empatado (1-1), esteve interrompido entre os 80 e os 84 minutos, depois do famalicense Chiquinho se queixar de insultos racistas vindos da bancada do Estádio São Luís. Depois do árbitro Hélder Malheiro parar o jogo, a PSP identificou um adepto afeto ao emblema algarvio e o speaker apelou à contenção, mas o caso rapidamente foi repudiado pela Liga Portugal, que pediu “punição ”exemplar para o agressor, a quem acusou de colocar “em causa a essência inclusiva e agregadora do Futebol”, onde não “há espaço para o racismo!” 

O Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia condenou os insultos racista e revelou que a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) "irá agir" e que o caso "será entregue ao Ministério Público".

“Não há lugar para o racismo nem xenofobia, nem no futebol, nem na sociedade”, reagiu o Famalicão em comunicado, já depois depois do treinador João Pedro Sousa revelar que “Chiquinho ficou um pouco alterado”. O técnico mostrou-se agastado, não só pelo incidente, de ontem, mas também com as cenas de violência, na jornada passada, antes do jogo (adiado) frente ao Sporting devido à falta de policiamento: “Não me admiro, olhando para as bancadas, com as assistências ridículas. Isto tem de mudar. Quem gere uma liga profissional tem de tomar atitudes com outra força. Se queremos evoluir, temos de melhorar.”

O treinador do Farense foi cauteloso nos comentários ao “burburinho” e remeteu para mais tarde declarações sobre "o não caso", mas, em comunicado, o clube algarvio demarcou-se “de qualquer comportamento menos próprio que possa ter ocorrido”, defendendo a Honra de um emblema que se pauta “pela defesa e valorização dos mais elevados princípios de humanismo, civismo e não discriminação”. O clube mostrou-se disponível para colaborar com as autoridades “para apurar o que realmente se passou”. 

Já o Sindicato de Jogadores manifestou total solidariedade com o jogador e pediu “tolerância zero” com racistas. 

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