Frederico Varandas ataca VAR por perdoar "agressão clara do Wendell ao Pote"
Presidente do Sporting queixou-se da arbitragem, diz não perceber o critério do árbitro João Pinheiro e mostrou-se perplexo por Otávio acabar o jogo sem cartões. Já Rúben Amorim confessou que a revolta no balneário era grande e que "os jogadores não queriam ir receber as medalhas".
O Sporting tem razões de queixa da arbitragem de João Pinheiro na final da Taça da Liga. Quem o diz é o presidente Frederico Varandas, que atacou o critério do árbitro e mostrou esperança no fim dos "condicionalismos" que ainda se vivem na arbitragem. "Felizmente, eu sou um otimista. Acredito que este condicionalismo que os árbitros ainda têm e está a demorar a sair... Acredito, eu sou otimista, nós somos resistentes, também somos jovens, que isto vai acabar tudo bem", disse o líder dos verde e brancos aos jornalistas no Estádio Municipal de Leiria, após a derrota na final (2-0) diante do FC Porto.
Relacionados
O líder leonino usou da ironia para criticar o critério do árbitro João Pinheiro, que "conseguiu ter o rigor de mostrar o segundo amarelo ao Paulinho naquele lance, mas o VAR não teve o mesmo rigor ao perdoar um vermelho direto por uma agressão clara que o VAR não pode falhar, do Wendell ao Pote". E mostrou perplexidade por Otávio terminar a partida sem um único cartão: "Poderia ser surpresa mas não é. O Otávio, em 17 jogos na Liga, tem apenas um cartão amarelo. Tem sido este o critério."
"Quando jogámos 11 para 11, fomos muito superiores ao nosso adversário. Demonstrámos isso em campo, fomos uma grande equipa. Fomos melhores enquanto estivemos 11 para 11. Infelizmente, tem-se repetido esta história. Curiosamente, fui ver os últimos cinco jogos entre Sporting e FC Porto. O Sporting tem seis expulsões contra apenas uma do adversário" lembrou Varandas, que assistiu à final na tribuna, quase ao lado de Pinto da Costa.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.

© Pedro Correia/Global Imagens
Amorim: "Os jogadores não queriam ir receber as medalhas"
Rúben Amorim revelou que teve de convencer os jogadores a voltar ao relvado para receber as medalhas de finalista vencido tal a revolta sentida, explicando a razão para a equipa dos leões não ter ficado para a cerimónia de entrega do troféu ao vencedor, o FC Porto. "Não temos de ficar. Temos de ir lá receber as medalhas, foi difícil porque eles não queriam ir, mas era importante que fossem para não se passar a semana a falar disso, mas sim do que se passou no jogo. Depois de receber as medalhas, e para não haver mais confusão, foi indicado aos jogadores para saírem e foi o que fizeram", disse Amorim, após perder pela primeira vez na Taça da Liga ao fim de 34 jogos.
O treinador do Sporting fez por se controlar e não falar da arbitragem do clássico na flash interview da SIC: "Não vou comentar. Os meus jogadores ficam chateados comigo, eu sei que ficam, mas eu não mudo a minha postura. Fico aqui em cima do muro, porque devia defender os meus jogadores, mas não comento a arbitragem, até porque perdemos. Se eu falasse, iam falar disso a semana toda, mas falem antes dos lances. Têm as imagens, com slow motion, falem dos lances. Fomos a melhor equipa a jogar futebol, mas aconteceu."
Sobre o jogo em si, lamentou o golo sofrido logo aos nove minutos e com culpas de Adán no lance. "Sofremos um golo infeliz, mas dominámos a primeira parte, criámos várias ocasiões e foi injusto irmos a perder para o intervalo. Na segunda parte, depois da expulsão o jogo acabou, os nossos jogadores de cabeça perdida e sofremos o segundo golo quando tentávamos tudo, mas já estava muito difícil pressionar com menos um. Não tenho nada a apontar aos jogadores. Jogámos contra uma grande equipa, mantivemos a compostura, tentámos tudo, o segundo golo matou tudo", defendeu o técnico do Sporting.
Já na sala de Imprensa pediu aos sportinguistas que não se desgastem com guerras internas. "Há épocas mais complicadas. O importante é estarmos unidos e não nos distrair-nos com guerras entre nós", disse, sem explicar o porquê da mensagem e não dando a época como perdida: "O futebol não acaba num jogo."
Para Amorim o Sporting "jogou bem, contra uma grande equipa, que é campeã nacional" e tentou "manter a compostura" no segundo tempo, mas o empate tornou-se uma missão "difícil com dez jogadores" e depois "o 2-0 foi um golpe duro".