Outra vez arma secreta

Ricardo Quaresma arma (cada vez menos) secreta: ontem, voltou a entrar para decidir e, aos 117", derrubou a Croácia.
Publicado a
Atualizado a

É uma tendência que acompanha Portugal quase desde o início da caminhada para França e voltou a fazer-se em plenos oitavos-de-final do Euro 2016: Ricardo Quaresma salta do banco para resolver o que parecia difícil. O extremo é a arma (cada vez menos) secreta do selecionador nacional, Fernando Santos. Ontem, rendeu João Mário e 30 minutos depois (117") marcou o golo da vitória sobre a Croácia (1-0, após prolongamento).

Pode dizer-se que o efeito Quaresma voltou, após ter falhado as duas primeiras jornadas do Euro. Na 3.ª, frente à Hungria, foi dos pés do extremo do Besiktas (entrado aos 61") que saiu o cruzamento para a cabeçada de Ronaldo para o 3-3 (aos 62") - que valeu a passagem da seleção lusa aos oitavos-de-final. E, ontem, o n.º 20 estava no sítio certo, à hora exata para fazer a recarga ao remate de CR7. "Foi uma jogada muito rápida. Vi o Cristiano a desmarcar-se pela lateral e apareci onde ele normalmente aparece. Fui feliz. Foi só encostar, mas há que realçar o esforço desta equipa do primeiro ao último minuto", afirmou a RTP e Sport TV, após a partida.

Ora, com a assistência de quarta-feira e o golo de ontem - o carimbo no passaporte de Portugal para os quartos-de-final do Euro 2016, onde vai defrontar a Polónia -, Quaresma dá continuidade ao serviço iniciado em outubro de 2014, quando Fernando Santos assumiu o comando da seleção e o extremo iniciou o seu renascimento com a camisola das quinas - por agora saldado em cinco golos e sete assistências, em 635 minutos. Praticamente proscrito desde o Euro 2012, o jogador - vindo do banco - coroou o regresso com um golo de penálti, num particular com a França (derrota por 2-1). E, quase sempre como suplente utilizado, foi consolidando o estatuto de arma secreta, em muitos encontros decididos nos últimos minutos: assistiu Ronaldo no 1-0 na Dinamarca; participou na jogada do 1-0 à Arménia; cruzou para a cabeça de Raphael Guerreiro no 1-0 à Argentina (particular); serviu Éder de trivela no 1-0 à Itália (também particular); e marcou o canto do 1-0 de Miguel Veloso na Albânia.

A fase de preparação para o Euro - marcou no 3-0 à Noruega e fez dois golos e duas assistências no 7-0 à Estónia - parecia lançar Quaresma para a titularidade em França. No entanto, o criativo magoou-se a dias da estreia. Ao sair do banco, a 14 minut os do fim, frente à Islândia, não foi capaz de desfazer o empate (1-1). E como titular também não conseguiu desbloquear o 0-0 com Áustria. O efeito só voltou com a Hungria e teve repetição ontem, sempre como ajuda vinda do banco. "É isso que tento fazer, tenho sempre vontade de jogar e de ajudar a equipa. Não fujo à regra, quero sempre jogar de início. Mas o mais importante é ter oportunidade de jogar e mostrar ao treinador que estás aqui", explicou. Agora, a saga pode continuar, ainda com mais confiança. "O grupo sempre acreditou e agora cada vez mais", concluiu Quaresma.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt