Em lágrimas e de bandeira em punho, Miguel Oliveira despediu-se do público português do MotoGP, com um “satisfatório”, segundo ele, 14.º lugar no Grande Prémio de Portugal. O piloto português já tinha admitido que seria difícil lidar com as emoções e foram várias as vezes que não conteve as lágrimas na presença de fãs e da família. Quando se ouviu A Portuguesa, o português entrou na pista ao lado do pai, desfilou aplaudido numa guarda de honra de todos os pilotos, recebeu a bandeira portuguesa das mãos da filha Alice e deu um beijo à mulher. “Sabia que haveria uma homenagem pela minha carreira, mas longe de imaginar. Quando se tem uma criança com esta[filha Alice] a entregar a bandeira de Portugal, com tanto simbolismo não é fácil… Quando cheguei ao fim e tirei o capacete foi como se tivesse tirado 100 KG”, confidenciou, admitindo que “o maior reconhecimento foi ser aplaudido por todos os colegas”.Partiu no 19.º lugar da grelha, depois de ser homenageado pela organização do GP de Portugal, a corrida 116 no Mundial de MotoGP, onde soma cinco triunfos, sete pódios e uma pole position, em 2020, ano da vitória em Portimão.“Vivi um fim de semana cheio de amor, de orgulho e de energia inesquecível. Cada aplauso, bandeira e olhar ficaram gravados em mim. Obrigado por me fazerem sentir em casa e por fazerem parte desta jornada incrível. Levarei este momento comigo para sempre”, escreveu nas redes sociais, horas depois de terminar a corrida e ainda não totalmente recuperado emocionalmente..FACEBOOK MIGUEL OLIVEIRAEm 2026, o Falcão, que abriu caminho a mais Miguéis no a elite do mundial de velocidade, vai voar para a BMW e para as Superbike: “Não é um adeus, mas é uma despedida do MotoGP em casa, com um sentimento especial e estou muito grato pelo apoio e o carinho do público.”O abraço ao pai, que aos 4 anos lhe deu uma moto4 no Natal e lhe passou a paixão pela velocidade foi um dos momentos que viveu com mais emoção. Paulo Oliveira esteve com o filho no paddock todos estes 15 anos de MotoGP, nove deles na elite mundial.A despedida final é no dia 16 em Valência. “Vai ser um passeio em termos emocionais, depois do que vivi aqui, com menos pressão, muito mais tranquilo por certo”, disse Miguel Oliveira, que, após o adeus, vai assumir sozinho a missão de pai de dois filhos por uma semana: “Portanto, não vai ser carregar baterias, mas sim descarregar.”isaura.almeida@dn.pt.Montanha russa de emoções para Miguel Oliveira no adeus ao MotoGP em casa