Dolorosa e com tempo de recuperação imprevisível, assim é a lesão de Miguel Oliveira
Miguel Oliveira sofreu "uma deslocação da articulação esternoclavicular, com rutura de ligamentos". Uma lesão mais grave do que inicialmente se pensava e que levou o piloto a admitir que o tempo para o regresso às pistas "é imprevisível". Trata-se de um problema na articulação, que liga a omoplata à clavícula e é sustentada por diversos ligamentos que se podem romper e afetar a mobilidade articular.
"Em termos de tempo de recuperação, os ligamentos normalmente demoram mais ou menos, dependendo depois da gravidade, três semanas na sua recuperação. Depois, irá fazer fisioterapia, ganhar mobilidade e força. Eu diria que, no mínimo, 4 a 6 semanas, estará ausente, ou seja, não vai ao Texas, e provavelmente não vai ao Qatar, mas irá tentar regressar em Jerez de la Frontera", disse ao DN, o manager Paulo Oliveira.
Para já, o piloto português tem o braço imobilizado e descartou a cirurgia, optando por uma recuperação natural e que promete ser dolorosa: "Como é uma lesão em que não pode tomar antibióticos ou anti-inflamatórios para reduzir a inflamação, porque essa inflamação também é fundamental para a sua recuperação, vamos esperar que o corpo reaja ao processo natural."
A lesão sofrida na sequência da queda durante os testes do Grande Prémio da Argentina, é assim mais grave de que se pensava no início e irá obrigar o Falcão a falhar o Grande Prémio das Américas, marcado para o dia 29 de março, no Texas. O GP do Qatar, marcado para o dia 13 de abril, também está fora dos planos. O regresso às pistas pode ser no dia 27 de abril, no Grande Prémio de Espanha, em Jerez de la Frontera.
Esta é a segunda lesão grave em menos de cinco meses. Depois da queda na Malásia, em novembro, que o obrigou a ser operado para colocar uma placa e 11 parafusos no braço direito, o piloto volta a ter de parar devido a uma queda, desta vez na Argentina, no sábado passado. Na altura chegou a mostrar-se aliviado por não ter ossos partidos, mas, depois de regressar a casa, Miguel Oliveira fez uma ressonância magnética que detetou uma deslocação da articulação esternoclavicular com rutura de ligamentos.
"Não há palavras para descrever a frustração que sinto. Trabalhamos duro, eu e a minha equipa, para sermos sempre mais fortes. Ser abalroado e ficar de fora sem um tempo certo de recuperação é um golpe duro, mas uma coisa é certa: só penso em voltar a 100%. Merecemos mais e melhor. Obrigado a todos pelo apoio!", escreveu o piloto nas redes sociais.
Perante a indefinição do quadro clínico de Miguel Oliveira, a equipa Pramac/Yamaha já decidiu que no Grande Prémio das Américas será substituído pelo piloto de testes da Yamaha Factory Racing, Augusto Fernandez.