Diogo Ribeiro. Novo título mundial e com recorde do mundo júnior
Diogo Ribeiro sagrou-se campeão mundial júnior dos 50 metros mariposa... e com direito a recorde do mundo. O jovem nadador português de 17 anos já tinha conquistado o bronze nos Europeus absolutos, em Roma, em agosto, na mesma distância.
Esta madrugada, em Lima (Peru), Diogo fez a prova em 22.96 segundos, que estava na posse do russo Andrei Minakov (23,05), desde outubro de 2020, retirando também 11 centésimos ao recorde nacional, que já lhe pertencia. O checo Daniel Gracik ficou na segunda posição (23,46) e o dinamarquês Casper Puggaard no terceiro lugar (23,96).
Para se concentrar na final dos 50 metros mariposa e uma vez que as provas eram separadas apenas por 20 minutos, o português abdicou da meia-final dos 100 metros livres, para a qual se tinha qualificado com o melhor tempo das eliminatórias, à frente do recordista mundial absoluto, o romeno David Popovici.
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O jovem nadador português afirmou que bater o recorde mundial nos 50 metros mariposa nos Mundiais de juniores em Lima, no Peru, era um objetivo desde o europeu em Roma, Itália, em agosto.
"Em Roma queria muito bater este recorde. No final dos 50 [metros] mariposa no Europeu de Roma olhei para o tempo e vi que não tinha sido recorde e só depois é que percebi que tinha sido terceiro e então fiquei feliz. Por isso, chegado aqui, esse objetivo estava na minha cabeça", disse Diogo Ribeiro, citado numa nota divulgada hoje pela Federação Portuguesa de Natação.
O nadador do Benfica sublinhou que "a opção de não competir na meia-final dos 100 [metros] livres foi difícil, mas teve de ser tomada".
"Competi nas eliminatórias dos 100 livres para ter um estímulo. Penso que foi a melhor decisão, já que o recorde foi batido e por uma margem boa. Competi na final sem pensar muito nisso, entrei descontraído, nem pensava na marca dos 22 segundos ou recorde pessoal", acrescentou.
Para o nadador, a opção de competir no Europeu absoluto e Mundial de juniores, "correu bem", apesar de ser "um risco", sendo que, salientou, "o programa não facilitava" a sua participação, já que "algumas das provas tinham 15 a 20 minutos entre as eliminatórias, meias-finais e finais".
"Mas foi possível recuperar e apresentar-me num bom nível, claro com a ajuda do fisioterapeuta Daniel Moedas e com uma atitude muito focada tanto a nível competitivo como entre as competições", explicou.
Diogo Ribeiro admitiu ainda que tem sentido mais pressão nestes Mundiais.
"Em Roma não senti a pressão. Era o mais novo e as pessoas não estavam à espera de um resultado. Aqui em Lima sim. Mas penso que eu e o meu treinador soubemos gerir bem esses factos. Viemos, mas cedo para adaptarmo-nos aos horários e clima de prova. Nos primeiros dias não me senti bem, mas depois comecei a acreditar e a desligar de tudo", notou.
"Para me poder focar tive de me desligar das redes sociais e do telemóvel, penso que todos perceberam isso. Só tenho de agradecer o apoio manifestado", concluiu.
É o terceiro título neste campeonato mundial de juniores para o nadador do Benfica, que já tinha conquistado o ouro nos 100 metros mariposa e nos 50 metros livres, nesta última com a marca de 21,92 segundos - novo recorde nacional de juniores, muito perto do máximo absoluto de Portugal (21,90) de Miguel Nascimento (Benfica).
Nunca a natação portuguesa assistiu a tamanho fenómeno, com três títulos mundiais. Integra o projeto Olímpico Paris 2024 e sonha alto. Diz para quem o quer ouvir que quer ser um dos melhores do mundo e alcançar uma medalha Olímpica... objetivos que até há bem pouco tempo pareciam uma miragem, mas que agora ganham asas fruto de uma brutal evolução e um desempenho sem igual na natação portuguesa.