Deco, José Fonte, Tiago Pinto e Srna em defesa do caráter de Paulo Fonseca

Deco, José Fonte, Tiago Pinto e Srna em defesa do caráter de Paulo Fonseca

Treinador português enraivecido encostou a cabeça a um árbitro e conhece em breve o castigo, que pode ir até sete meses de suspensão.
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Enquanto aguarda pelo castigo e/ou multa por ter encostado a cabeça a um árbitro, Paulo Fonseca recebeu algumas palavras de apoio de quem o conhece bem e já trabalhou com ele. Deco foi um dos que enviou uma mensagem à assessoria de Imprensa de Paulo Fonseca a atestar o caráter do treinador português. "Sempre foi um profissional exemplar, dentro e fora de campo. Quem o conhece sabe do seu caráter íntegro, da sua paixão pelo futebol e do respeito que tem pelo jogo e por todos os seus intervenientes. Situações de tensão acontecem no futebol, mas isso não apaga a sua trajetória de seriedade e compromisso com o desporto", disse o agora diretor desportivo do Barcelona.

Para José Fonte - também ele envolvido numa situação de perder a cabeça, no duelo do Casa Pia com o Vit.Guimarães, no passado sábado - Paulo Fonseca "sempre demonstrou ser uma pessoa respeitadora, educada e profissional" e, todos, aqueles que trabalharam e privaram com ele sabem isso, segundo o defesa central: "Foi uma situação anormal e excecional e tenho a certeza que nunca voltará a acontecer.”

Também Tiago Pinto, que trabalhou com o técnico na AS Roma. “O Paulo é uma pessoa íntegra, educada e muito serena. O acontecimento no jogo com o Brest em nada reflete a personalidade do Paulo, tendo este sido um caso isolado, na minha opinião. Acredito que um conjunto de vários fatores excecionais tenham levado o Paulo a agir daquela forma. Do que conheço dele, estou seguro de que estará arrependido e se pudesse voltar atrás no tempo, não hesitaria. No futebol as emoções por vezes levam-nos para situações inesperadas e depois arrependemo-nos, seguramente foi isso que aconteceu. O Paulo Fonseca é um ótimo profissional, um grande treinador e uma excelente pessoa”, defendeu o agora diretor desportivo do Bournemouth.

Também Srna, antigo jogador e agora diretor desportivo do clube ucraniano, trabalhou com o treinador português no Shakhtar durante vários anos e atesta o "exemplo de profissionalismo" dele. "Era um treinador de alto nível e uma ótima pessoa, que sempre interagiu de forma positiva com a sua equipa técnica e os seus jogadores. Fiquei surpreendido com o que aconteceu com ele em França, porque sempre foi muito respeitador com os árbitros, mas o futebol é um jogo emocional e, às vezes, as nossas emoções podem levar a melhor", defendeu o agora diretor desportivo do Nottingham Forest.

No passado domingo, no jogo da liga francesa, entre o Lyon e o Brest, o técnico não concordou com uma decisão da arbitragem e mostrou-o de forma bastante exaltada, o que levou o árbitro a expulsar o técnico do banco. Nesse momento, o português encostou a cabeça a Benoit Millot, o que gerou ainda mais exaltação. No final do jogo que a sua equipa ganhou (2-1), aos microfones da DAZN, Fonseca fez um mea culpa: "Só posso dizer que peço desculpa por esse gesto, não o devia ter feito. O futebol... às vezes fazemos as coisas mal."

Apesar disso, segundo Laurent Prud'homme, diretor geral do Lyon, irá ser castigado internamente, na sequência do incidente com o árbitro que o levou à expulsão no jogo. "No Lyon, quando há problemas de comportamento, quer se trate de um jogador, treinador, membro da equipa técnica ou até eu eventualmente, existem sanções que estão previstas. Uma sanção financeira? É uma sanção interna, talvez seja comunicada mais tarde. Mas é claro que não estamos orgulhosos pelo comportamento do Paulo", disse ao L´Équipe.

O castigo deverá ser conhecido esta semana. Segundo a imprensa francesa, o técnico terá de se apresentar ao Comité de Disciplina da Liga francesa, no dia 5 de março, arriscando pena máxima de sete meses. E o testemunho do árbitro não abona a favor do treinador. "Fiquei estupefacto com uma atitude particularmente intimidante e agressiva. É algo difícil de imaginar vindo de um treinador profissional. Tentei lidar com a situação mantendo a minha posição, mas estou bem. Talvez ache mais grave e fique mais impressionado, quando voltar a ver as imagens. Em todo o caso, não podemos tolerar este tipo de comportamento", disse Benoit Millot, também ao L'Équipe.

Já Philippe Diallo, presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), defendeu esta terça-feira, que "o castigo deve ser proporcional" ao gesto: "O meu papel é proteger os árbitros, o que é uma tarefa difícil. Recordo-lhes que são funcionários públicos e que merecem todo o respeito."

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