O momento em que o supervisor ATP é chamado ao court.
O momento em que o supervisor ATP é chamado ao court.Millennium Estoril Open

Decisão polémica acaba com sonho de Nuno Borges

O número um nacional e 62.º do ranking mundial foi batido pelo chileno Cristian Garín, 112.º, por 6-2 e 7-6 (7-3), em duas horas e 10 minutos.
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Nuno Borges despediu-se do Estoril Open nos quartos-de-final, ao ser eliminado por Cristian Garín, num encontro marcada por uma decisão polémica  do  árbitro de cadeira, Christian Rask, a meio do segundo parcial.

Depois de entrar mal no jogo e perder o primeiro set (6-2), o tenista português melhorou no início do segundo parcial. Com o jogo em 3-2, o português conseguiu fazer break que lhe daria o 4-2, mas o árbitro de cadeira acabou por anular o ponto, já que alguém tinha supostamente, gritado “out” (fora) da bancada.

Borges não concordou, explicou que, mesmo que isso fosse verdade, o adversário deu seguimento à jogada e só depois respondido para fora. Indignado o português pediu mesmo a presença do supervisor ATP  que manteve a decisão do árbitro de cadeira  que possibilitou que Garín fizesse o 3-3 e pudesse discutir a vitória no segundo parcial, resolvido no tie break (7-6).

A decisão criou frustração no número 1 nacional e levou  a uma revolta nunca antes vista nas bancadas do court Millennium. Após mais de dez minutos, o encontro retomou, mas o público manteve a revolta e o alvoroço até ao final e poucos foram os que ficaram a aplaudir o chileno, após um exuberante grito de vitória que enfureceu ainda mais os adeptos.

No final, Nuno Borges ainda não tinha processado o “momento bizarro” que tinha acabado de acontecer.“Saí de lá sem perceber qual foi o julgamento dele porque a meu ver não havia dúvidas. Tenho a certeza de que o árbitro sabe que cometeu um erro e mais tarde ou mais cedo me vêm dar a entender que não passa de um mal entendido. Acontece, mas é só garantir que a situação fica bem resolvida e não aconteça outra vez”, confessou o tenista português.

Nuno Borges gostaria de ter visto algum fair play do adversário: “Ele podia ter dito para repetirmos o ponto porque seria a coisa certa a fazer, mas não o posso culpar.Talvez tivesse feito o mesmo, não sei o que teria feito no lugar dele. Ainda estou a processar tudo o que se passou. A culpa foi do árbitro na verdade. Mesmo que o Garín tivesse dito que queria repetir o ponto o árbitro podia dizer que mantinha a decisão. Nem o supervisor foi capaz de lhe trazer esclarecimento.”

Garín explicou que  ouvi alguém chamar a bola fora, pensou que o ponto estava parado: “Não sabia se iam repetir ou dar-me o ponto. A atmosfera foi uma loucura depois disso e estou muito orgulhoso pela forma como lidei com isso. Mantive-me muito concentrado e foi muito bom para mim.”

Apesar da derrota Nuno Borges está no 18.º lugar da ATP Race, que junta os melhores tenistas do ano, e promete  “trabalhar muito mais” para dar seguimento à melhor época da carreira até agora.

Nas meias-finais, o chileno, que chegou a ser 17.º do mundo, vai defrontar o polaco Hubert Hurkacz (10.º), que venceu o qualifier espanhol Pablo Llamas Ruiz (152.º).

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