“Bravura, inteligência e motivação.” A receita para o Benfica chegar às meias-finais
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“Bravura, inteligência e motivação.” A receita para o Benfica chegar às meias-finais

O treinador Roger Schmidt acredita no apuramento em Marselha apesar do ambiente difícil. Encarnados procuram 15.ª meia final europeia. Kökçü pode ser a surpresa no onze no jogo de quinta-feira (20.00, SIC).
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Selar a 15.ª presença nas meias-finais de uma prova europeia é o objetivo do Benfica em Marselha. Depois do triunfo no Estádio da Luz (2-1), os encarnados estão em boa posição para passar a barreira dos quartos-de-final, algo que conseguiram pela última há quase 10 anos, período durante o qual caíram quatro vezes nos quartos: 2015-16, 2021-22 e 2022-23 na Liga dos Campeões; 2018-19 na Liga Europa.

Para vencer no Estádio Vélodrome, o Benfica “precisa de bravura, inteligência tática e muita motivação”, segundo o treinador Roger Schmidt, que prevê alguma intranquilidade devido ao golo sofrido na Luz: “Ganhámos a primeira mão e fizemos um bom jogo, mas infelizmente sofremos um golo. Esta partida é diferente, temos de ser iguais a nós próprios para termos possibilidade de chegar às meias-finais.”

“Estar preparado para a história do jogo” e tentar antecipar como ele irá desenrolar-se será a chave do sucesso. É isso e ter um futebol ofensivo e também mais agressivo do que aquele que mostrou no encontro na primeira mão, na semana passada, no Estádio da Luz. “É preciso ter mais posse de bola e manter a qualidade nas transições para ser uma equipa mais equilibrada e marcar golos”, avisou o treinador.

A equipa de Roger Schmidt tem assim o objetivo de evitar a 12.ª eliminação consecutiva de uma equipa portuguesa nos quartos-de-final das provas da UEFA. Depois do apuramento dos encarnados para as meias-finais da Liga Europa em 2013-14, diante dos neerlandeses do AZ Alkmaar, Portugal soma uma década de eliminações nos quartos: 11 no total. Os encarnados estão na liderança (quatro), FC Porto (três) e Sporting e Sporting de Braga (ambos com duas eliminações).

A nível pessoal, o alemão pode pela primeira vez alcançar as meias-finais de uma competição europeia. “Sinceramente, só penso na nossa equipa e no clube. É importante para o Benfica chegar às meias-finais. Estar nos quartos-de-final já é importante, mas estar nas meias-finais significa que estamos muito perto da final. Temos mostrado na Liga Europa que temos qualidade para atingir este tipo de fases nestas competições. Tudo é possível e avançar seria fantástico”, respondeu o treinador alemão, sem revelar se apostará no médio  Kökçü no onze inicial, tendo em conta que o internacional turco esteve “muito bem” no encontro com o Moreirense, no domingo, no qual até marcou um golo.

Adeptos sim e a festejar

E se jogar no Vélodrome é tradicionalmente complicado, Schmidt lembra que a sua equipa está habituada a jogar “em ambientes difíceis” como Glasgow ou Milão. “Cabe-nos mostrar que estamos preparados para este tipo de desafios. Temos de ser uma equipa brava. É sempre uma vantagem para quem que joga em casa, mas termos a mentalidade certa também faz parte daquilo que precisamos para nos qualificarmos”, admitiu o treinador do Benfica, acrescentando que “é importante” ter os “exigentes adeptos” encarnados no estádio.

A ideia é que eles possam “festejar a passagem às meias-finais da Liga Europa”, segundo o treinador. Algo que, a acontecer, aumentará o histórico de sucesso do clube na Europa. É que o Benfica já marcou presença em 14 meias-finais europeias, sendo que apenas foi eliminado em quatro. Um total que é superior ao conjunto de todas as outras equipas nacionais, que têm 12. Foram seis as alcançadas pelo FC Porto, quatro pelo Sporting, uma por Boavista e Sp. Braga.

Amanhã, o Benfica procura a 15.ª meia-final europeia da sua história, sendo que seguiu em frente em 22 de 29 eliminatórias em que na primeira mão venceu em casa pela margem mínima. A última vez que isso aconteceu foi já esta época, frente aos franceses do Toulouse. Neste sentido, tendo em conta o histórico, os benfiquistas têm 75,9% de possibilidades de atingir as meias-finais da Liga Europa. 

Ainda para mais com o histórico interessante dos resultados nos 17 duelos em solo francês, onde o Benfica soma quatro vitórias e cinco empates em solo francês, resultados que, sendo replicados esta noite valem o apuramento. As cinco derrotas pela diferença mínima  que sofreu nas visitas a França, a repetirem-se, adiarão esta noite a decisão para prolongamento ou, em último caso, para o desempate por penáltis. Apenas em três jogos os encarnados sofreram desaires por dois ou mais golos, o que a repetir-se agora eliminariam a equipa de Roger Schmidt, depois do triunfo de 2-1 na Luz. 

Ou seja, para não tombarem nos 90 minutos, os encarnados só não podem repetir os desaires com o Lyon (2-0 em 2010-11 e 3-1 em 2019-20) e a derrota com o PSG (3-0 em 2013-14). Refira-se que, depois do 1-3 com o Lyon de há quatro anos, o Benfica não mais saiu derrotado nas deslocações a França, sendo que a primeira foi na época passada com o PSG (1-1), de Mbappé (marcou de penálti) e Messi (ausente), na fase de grupos da Champions. E já este ano 0-0 com o Toulouse.

isaura.almeida@dn.pt

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