Jannik Sinner é o favorito de Boris Becker para vencer o 113.º Open da Austrália, o primeiro Grand Slam da época, que arrancou este domingo e que conta com os portugueses Nuno Borges e Jaime Faria, que entretanto passaram a primeira ronda. Além de apontar Sinner à conquista do torneio australiano, o antigo tenista considera que Alcaraz e Zverev Djokovic são os tenistas que mais luta podem der ao italiano líder do ranking ATP. No feminino apostaria em Aryna Sabalenka, com Coco Gauff, Iga Sviatek e Elena Rybakina também na luta..Nuno Borges e Jaime Faria vencem e avançam para segunda ronda do Open da Austrália. Numa mini-conferência de imprensa mundial, organizada pela Eurosport, o antigo tenista falou ao DN de Nuno Borges, o N.º 1 nacional e 36.º do ranking ATP, e da importância de Portugal ter mais e melhores tenistas para roubar a atenção mediática ao futebol: “Gosto do Nuno Borges e acho muito importantes que Portugal tenha um bom tenista. Sempre gostei de ver os jogos do João Sousa e agora do Nuno. Portugal é um país de futebol e por isso quanto mais e melhores tenistas tiver melhor para a modalidade fazer divergir a atenção dos adeptos para o ténis.” Becker treinou Djokovic entre 2013 e 2016, anos em que o sérvio conquistou dois títulos do Open da Austrália, outros dois em Wimbledon, um Roland Garros e um US Open. E sabe bem o que vai na cabeça do atual N.º 7 do ranking mundial antes do primeiro Grand Slam de uma época que já não terá um dos principais nomes da modalidades, Rafael Nadal, que se retirou do ténis há dois meses.“Depois de Federer, Nadal e Murray dizerem adeus ao circuito mundial, Djokovic deve estar a interrogar-se se será o próximo a reformar-se, porque é humano e sabe que um dia vai ter de sair de cena. A questão é quando. Mas enquanto ganhar e for competitivo não acredito que abandone”, respondeu o agora comentador, lembrando que o sérvio procura o 11.º troféu em Melbourne e o 100.º da carreira, algo que considera “notável.”Boris Becker confessa-se “um apaixonado pelo jogo” e, como tal, gosta de “ver bons confrontos entre bons jogadores”, como Sinner, Alcaraz , Zverev e Djokovic. “Gosto de bons jogadores de ténis, quando eles sabem como jogar o jogo. É muito divertido para mim ver, incluindo jogos de mulheres, Sabalenka, Gauff, Sviatek. Sou fã de ténis, mas também tenho de assistir profissionalmente para fazer comentários”, disse, confessando que não encontra no circuito um tenista em quem reveja o seu estilo.Um dos que mais aprecia em court é o compatriota Zverev, que apesar de ser N.º 2 mundial aos 27 anos ainda procura conquistar o seu primeiro Grand Slam. O tenista alemão não está na melhor forma física - está a regressar após uma lesão -, mas nem por isso deixa de ser um dos favoritos a vencer o torneio, segundo Becker. Tem é de sobreviver à primeira semana e evitar jogos com cinco sets para minimizar o esforço físico e mental. Uma lição que vale para todos: “A segunda semana num Grand Slam não tem nada a ver com ténis. Trata-se de atitude mental e psicologia. A mentalidade pode ser treinada e espero que ele tenha encontrado a solução que precisa.” A ascensão do ténis italiano, que considera ser o mais poderoso a nível mundial na atualidade, é um facto que deixa Becker muito feliz, até porque se casou e vive em Itália. E quando questionado sobre se os casos recentes de doping em líderes mundiais, como Iga Swiatek e Jannik Sinner, e os baixos castigos aplicados, admitiu que “é muito mau para o ténis” e enfatizou a necessidade de o ATP dar uma resposta robusta para evitar que tal possa repetir-se sem consequências.Glória vs. prisãoAos 17 anos, Boris Becker tornou-se o mais jovem campeão de Wimbledon e deu início a uma carreira de sucesso no ténis, colocando-se entre os maiores da história. Venceu 49 torneios, incluindo seis Grand Slams e sagrou-se Campeão Olímpico em Barcelona1992. Abandonou os courts em 1999 quando tinha 32 anos e passou por vários tormentos devido a problemas financeiros.Em 2022 cumpriu uma pena de oito meses de prisão, condenado por ocultar cerca de 2,5 milhões de euros num processo de falência para evitar pagar dívidas. Quando saiu refez a vida e foi contratado como comentador pela Eurosport. E expôs sem filtros os problemas - o documentário do oscarizado Alex Gibney O Mundo x Boris Becker pode ser visto na Apple TV+.isaura.almeida@dn.pt