Benfica leva vantagem de nove pontos ao Dragão, mas FC Porto está habituado a encurtar as distâncias
FC Porto recebe este domingo (20h30, SportTV) o Benfica pela 91.ª vez na história do campeonato nacional. Um clássico cuja rivalidade foi crescendo à medida que os anos foram passando, com os dragões a terem em casa uma autêntica fortaleza que os encarnados têm tido muita dificuldade em derrubar, afinal os portistas venceram 53 vezes e apenas perderam 15 duelos, sendo que em 22 ocasiões deu empate.
Este jogo realiza-se a oito jornadas do final da I Liga com os encarnados a repetirem as circunstâncias em que entraram no relvado do Estádio do Dragão na época passada com nove pontos de vantagem na classificação. A 3 de março de 2024 o FC Porto conseguiu uma das suas noites mais épicas nos confrontos com o rival lisboeta ao golear por 5-0, com golos de Galeno (bisou), Wendell, Pepê e Danny Namaso.
A equipa então treinada por Sérgio Conceição conseguiu reduzir para seis pontos a desvantagem e, ao mesmo tempo, praticamente retirou as esperanças ao Benfica de Roger Schmidt chegar à conquista do segundo título consecutivo. De resto, só na longínqua época de 1945/46 o FC Porto recebeu os encarnados com uma desvantagem de nove pontos, mas nessa altura o clube da Luz levou a melhor, por 2-0, com golos de Francisco Ferreira e Rogério Pipi.
40 jogos com o Benfica em vantagem pontual
No historial dos confrontos em casa do FC Porto, apenas por sete vezes o Benfica iniciou o clássico com mais de nove pontos de vantagem no campeonato, mas esse avanço não foi garantia de vitória, afinal apenas venceu em duas ocasiões, ambas há mais de 50 anos quando dispunha de mais 12 pontos que o rival: a primeira em 1942/43 por 4-2 e a outra em 1969/70 por 2-1. Os dois empates foram em 1959/60 por 2-2 quando a vantagem era de 13 pontos e em 1972/73 pelo mesmo resultado que manteve a diferença pontual nos 19 pontos, que foi a maior vantagem de sempre com que o Benfica entrou em casa dos portistas.
Curioso é que, das três vitórias do FC Porto com um grande atraso pontual, duas evitaram que o Benfica fizesse a festa de campeão no reduto dos dragões. Em 1960/61, a duas jornadas do fim e com onze pontos de avanço, a equipa treinada por Béla Gutmann perdeu por 2-3, depois de ter estado a vencer por 2-0; e em 2009/10, na penúltima jornada (também com 11 pontos à maior), quando os portistas orientados por Jesualdo Ferreira derrotaram o Benfica de Jorge Jesus por 3-1.
Em ambas as ocasiões, o clube da Luz acabaria por se sagrar campeão. Foi já com o título no bolso que em 2013/14 os encarnados entraram no Estádio do Dragão na última ronda com 16 pontos à frente do rival, mas acabou derrotado por 1-2, com Enzo Pérez a fazer o golo benfiquista e Ricardo Pereira e Jackson Martínez a marcarem para os azuis e brancos.
No total foram 40 jogos que os encarnados chegaram à casa do FC Porto com vantagem pontual na classificação, sendo que por onze vezes regressaram a Lisboa com o avanço ampliado graças aos triunfos alcançados, sendo que em nove clássicos empataram e conservaram o avanço. Os dragões a levarem a melhor em 20 desses duelos.
Este domingo à noite FC Porto e Benfica entram em campo sabendo que a vitória é essencial para manterem os objetivos intactos. Os dragões treinados por Martín Anselmi precisam dos três pontos para se manterem à frente do Sp. Braga na luta pelo terceiro lugar e, ao mesmo tempo, encurtar para seis pontos a diferença para os encarnados e continuar a sonhar com o segundo lugar que permite entrar nas eliminatórias de acesso à Liga dos Campeões no próximo ano.
Por sua vez, o Benfica orientado por Bruno Lage precisa de ganhar para, pelo menos, se manter em igualdade pontual com o Sporting no primeiro lugar a sete jornadas do fim da I Liga, sendo que os leões recebem esta segunda-feira o Sp. Braga. Dois duelos que prometem emoções fortes.
De recordar que na primeira volta do campeonato, o Benfica conquistou uma expressiva vitória por 4-1, numa altura em que o FC Porto ainda era treinado por Vítor Bruno.