Amorim contra Carvalhal. O último técnico a levantar a taça frente ao primeiro a vencê-la

Uma final inédita entre Sporting e Sp. Braga, no sábado (19.45, SIC e Sport TV) vai ditar o campeão de inverno. Têm ambos dois triunfos nesta prova, mas os leões estão à procura do 52.º troféu da sua história, enquanto os minhotos lutam pelo sexto título.

A 14.ª final da Taça da Liga promove um duelo inédito entre Sporting e Sp. Braga, hoje às 19.45 (SIC e Sport TV) no Estádio Magalhães Pessoa, em Leiria. Quem vencer somará o terceiro título na prova, isolando-se no segundo lugar entre as equipas que já levantaram o troféu - Benfica é recordista com sete troféus.

No banco, o duelo é entre Carlos Carvalhal, o primeiro treinador a levantar o troféu (pelo V. Setúbal em 2008) e Rúben Amorim, o último técnico vencedor (Sp. Braga, no ano passado). Hoje procuram o segundo troféu como treinadores e o título de campeão de inverno para as suas equipas.

Sporting e Sp. Braga já se defrontaram por três vezes na Taça da Liga e, curiosamente, os leões ganharam com Carlos Carvalhal como timoneiro, enquanto os arsenalistas venceram sob o comando de Amorim. Em 2009-10, o Sporting, de Carvalhal, venceu em Alvalade por 2-1, para a 1.ª jornada da terceira fase e, uma década volvida (2019-20), Amorim levou o Sp. Braga ao triunfo na Pedreira por 2-1, em partida das meias-finais, 44 dias antes de rumar a Alvalade. Agora invertem-se os papéis: Carlos Carvalhal lidera os minhotos e Rúben Amorim orienta os leões. No outro duelo entre as duas equipas, em 2018-19, também nas meias-finais, o encontro chegou ao fim dos 90 minutos empatado 1-1, acabando por prevalecer o conjunto leonino no desempate por penáltis (4-3).

Para chegarem ao jogo desta noite, as duas equipas tiveram meias-finais atribuladas. O clube de Alvalade jogou sob protesto depois de uma violenta troca de acusações com o FC Porto devido a dois "falsos testes positivos" de covid-19 dos jogadores do Sporting antes do clássico. E a presença do Benfica no outro jogo esteve em risco por causa de um surto, que já vai em 26 infetados. Em campo, os leões venceram os dragões (2-1) e os minhotos bateram as águias (2-1) e marcaram encontro para a final de hoje, que promete ser mais pacífica.

Morder calcanhares aos grandes

A equipa de Braga vai disputar a sua 11.ª final - uma Liga Europa, quatro Taça da Liga (dois títulos) e cinco Taça de Portugal (dois títulos). Além disso, tem no seu museu uma Taça Intertoto. Estes números refletem o crescimento sustentado do emblema que nesta semana celebrou 100 anos. Questionado sobre o estatuto da sua equipa em relação aos três grandes do futebol nacional, o treinador dos minhotos fez um aviso: "O Sp. Braga posiciona-se como um outsider e estará sempre a morder os calcanhares aos grandes. Vai morder os calcanhares a um grande que se possa distrair, ou até a dois ou três, ainda que isso já seja mais difícil. Aliás, o Sp. Braga também é um grande, mas os outros três, pela dimensão social e pelo investimento, serão sempre os crónicos candidatos ao título."

Segundo Carvalhal, o clube arsenalista "tem feito por diminuir as diferenças em relação aos grandes" e em campo já "tem a capacidade de jogar olhos nos olhos com qualquer adversário". Nesta noite não será exceção. "O Sporting é um adversário difícil, que joga bem, com um bom treinador, temos respeito máximo, mas queremos a taça para nós", avisou o técnico, lembrando que seria bonito levantar o troféu em ano de centenário.

O treinador bracarense revelou ainda não estar preocupado por Helton Leite, guarda-redes do Benfica, ter testado positivo à covid-19 depois de ter jogado com os arsenalistas na quarta-feira: "Vivemos num meio extremamente controlado, depois da minha casa, o meu local de trabalho é onde me sinto melhor, tudo o que seja fora disso cria-me alguma ansiedade. Pode acontecer a qualquer um, mas temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance para manter o futebol e levar a nossa empreitada de início ao fim. As pessoas estão em casa e nós somos pagos para entreter essas pessoas."

Questionado sobre o alegado interesse do adversário em Paulinho, o técnico diz ser um assunto que "já faz parte do anedotário", comparando-o à novela do interesse do Benfica em Cavani, que foi notícia durante "45 dias".

A estrelinha da sorte de Amorim

Rúben Amorim espera puxar da "estrelinha da sorte" que o tem acompanhado na carreira e que lhe permite disputar a segunda final no primeiro ano como treinador principal ao mais alto nível. "O mérito tem de ser dado aos jogadores. Eles acreditam até ao último momento. Se dependesse da equipa técnica, marcávamos logo nos primeiros minutos. E falo em estrelinha porque muitas vezes a sorte tem um papel importante na nossa vida. Quanto mais falo, mais tenho. Por isso aproveito para falar aqui", afirmou o técnico de 35 anos.

Amorim conhece bem o adversário e espera um Sp. Braga com a identidade que tem mostrado: "Conheço bem o plantel e é uma equipa muito forte, que entende os momentos do jogo. Vamos tentar desequilibrar e criar espaços. Acho que vamos fazer um grande jogo."

Ausentes da partida das meias-finais, devido a toda a polémica em torno dos "falsos positivos" à covid-19, Nuno Mendes e Andraz Sporar estão autorizados pela Direção-Geral da Saúde para voltarem a treinar e jogar pelo Sporting. Será que vão a jogo? "Na última semana também pensava que podia contar com eles e não contei. Só quando estiverem perfilados para entrar é que temos a certeza. Os factos comprovam que não estávamos a cometer nenhum ato ilegal, pois eles estão bem. O facto de puderem jogar agora comprova que estávamos a dizer a verdade", disse Rúben Amorim, que procura o primeiro troféu de leão ao peito.

Já o Sporting pode chegar aos 52 títulos da sua história, podendo assim a Taça da Liga ser um alento para o campeonato, que lidera mas que já não conquista há 19 anos.

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