Didier Deschamps e Luís de la Fuente são os selecionadores de França e Espanha, respetivamente.
Didier Deschamps e Luís de la Fuente são os selecionadores de França e Espanha, respetivamente.PATRICIA DE MELO MOREIRA, Angelos TZORTZINIS / AFP

A “aborrecida” França de Deschamps luta pela final com a Espanha do “divertido” De la Fuente

É esta terça-feira à noite conhecido o primeiro finalista do Euro 2024 com um duelo entre vizinhos que se apresentam em Munique com estados de alma bem diferentes. Os franceses esperam continuar o caminho vitorioso até Berlim sem encantar e os espanhóis procuram voltar a vencer com um futebol “muito vistoso”.
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Um duelo com 102 anos de história. Espanha e  França disputam esta terça-feira à noite (20.00), em Munique, um lugar na final do Campeonato da Europa de 2024. Será o 37.º jogo entre os dois vizinhos, numa saga que se iniciou no dia 30 de abril de 1922 no estádio Sainte-Germaine, em Le Bouscat, nos arredores de Bordéus,  com vitória espanhola por 4-0, que confirmaram assim a sua superioridade nas primeiras três décadas de duelos, em que alcançaram diversas goleadas, uma das quais por 8-1 em Saragoça, contra apenas um triunfo francês (1-0).

Por essa altura só se disputavam jogos particulares, tendo o primeiro jogo oficial sido a final do Euro 1984, quando Michel Platini e Bruno Bellone deram o primeiro título internacional aos franceses, que a partir desse momento iniciaram uma superioridade perante os vizinhos em jogos oficiais, tendo alcançado seis triunfos – o último dos quais em 2021 na final da Liga das Nações –, contra apenas duas vitórias espanholas e um empate.

Michel Platini marca à Espanha na final do Euro 1984, que os franceses venceram por 2-0.

Esta terça-feira à noite dá-se o reencontro, com os franceses com a pressão de chegarem às meias-finais do Euro 2024 sem qualquer brilho, tendo pela frente uma Espanha que tem encantado durante o torneio e que vem de eliminar a anfitriã Alemanha.

Com duas vitórias, três empates (o último dos quais com Portugal, com triunfo nos penáltis) e três golos marcados e apenas um sofridos, o selecionador francês Didier Deschamps foi esta segunda-feira questionado sobre as razões pelas a sua equipa ter um futebol “aborrecido”. A resposta do treinador foi em tom de brincadeira, misturado com alguma ironia. “Se a França te aborrece, muda de canal e vê outra coisa. Não são obrigados a ver os nossos jogos”, atirou, lembrando que “o número de golos é menos importante do que deixar os franceses felizes, num período complicado em França”.

Kylian Mbappé é a grande preocupação dos franceses por estar a jogar com o nariz fraturado e, por isso, é obrigado a usar uma máscara. “Ele não tem uma visão normal. Foi um golpe forte, mas agora está cada vez melhor, mas terá de se adaptar. Oprolongamento frente a Portugal foi complicado para ele”, reconheceu Deschamps, garantindo que o avançado “fará tudo para estar no seu melhor”. Rabiot, que está de volta à equipa, após cumprir castigo frente à seleção nacional, admitiu que além de Mbappé, também Antoine Griezmann preocupa. “É certo que ambos estão menos frescos, mas a qualquer momento podem desbloquear a situação. Precisamos deles e seria mais fácil se estivessem no nível máximo”, admitiu o médio, que reconhece a Espanha como “uma das equipas que melhor tem jogado” ao longo do torneio. “Éuma equipa completa, mas também têm debilidades. Como tal, confiamos naquilo que podemos fazer”, sublinhou o jogador da Juventus.

Os espanhóis estão a preparar este jogo sem três habituais titulares, desde logo o médio Pedri, que se lesionou no jogo com a Alemanha, no decorrer do qual DaniCarvajal foi expulso e Robin Le Normand viu o segundo cartão amarelo. Se para o meio-campo Dani Olmo deverá ser o eleito, no setor defensivo são duas mudanças, devendo entrar o veterano Jesús Navas (38 anos) para o lado direito e Nacho para o centro. Apesar destas condicionantes, o selecionar Luis de la Fuente garantiu ter “uma fé cega” em todos os seus jogadores para uma partida que “podia ser uma final”.

O treinador  de 63 anos recusou em embarcar na história da “França aborrecida”, lembrando que o potencial do adversário “é excecional e fantástico”, pois “tem jogadores de altíssimo nível e um coletivo muito bom”, destacando Mbappé, que considera “um supergénio e um craque”. “Divirto-me sempre com o futebol e nunca fico aborrecido”, sublinhou De la Fuente, admitindo que a sua equipa tem sido “muito vistosa” neste Europeu, mas lembrou que “aqui o objetivo é ganhar”. “Temos de ser vistosos, mas também práticos”, sublinhou, destacando que a partida desta terça-feira “é uma oportunidade fantástica” para chegar a uma final, mas lembrou que para isso “é preciso cometer poucos erros”. 

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