"Não demos o nosso voto de confiança a este Governo, votámos contra o Programa do Governo. E, por isso, em coerência, não vamos viabilizar este Governo de Miguel Albuquerque. Esta é a nossa posição clara. E coerente.”.A decisão de Paulo Cafôfo de votar a favor da moção de censura do Chega ao Governo de Miguel Albuquerque tem, apurou o DN, o apoio da maioria dos elementos da Comissão Política Regional do partido, que reúne esta tarde, e também do Oposição interna. .O líder dos socialistas madeirenses assume, em declarações ao DN, que ,“para haver um novo Governo regional, tem de haver eleições”, recusando, desta forma, que haja a “substituição de um boneco por outro boneco”e alegando que, por exemplo, Manuel António Correia [adversário de Albuquerque nas últimas eleições internas do PSD-M apontado como alternativa] seja a “continuidade do que existe, sem a legitimidade do voto”. .Paulo Cafôfo, que assegura que “o PS tem as suas opções muito claras e assume decisões e consequências”, não aceita “viabilizar um presidente-arguido, suspeito de oito crimes, entre os quais os de corrupção ativa e passiva, e que recusa perder a sua imunidade para responder à Justiça”..“Um Governo que tem ainda quatro secretários regionais a contas com a Justiça, e que serão arguidos, e que tem o seu secretário-geral também arguido, não pode ser viabilizado pelo PS”, acrescenta..O líder dos socialistas madeirenses, que diz “não ter medo de ir a eleições”, sublinha que “este presidente-arguido foi viabilizado e apoiado pelo Chega. O Chega é cúmplice ativo de um presidente indiciado de corrupção” e, assim, de um PSD e de Governos marcados por “vícios de esquemas, de situações opacas, para não dizer situações comprometidas com ilegalidades”..A surpresa, diz, foi ver “o Chega depois da audição com o secretário Regional das Finanças, sobre o Orçamento [Regional] para 2025, sair de lá muito satisfeito e, no dia seguinte, apresentar uma moção de censura”..O Chega, garantiu o líder regional Miguel Castro, não vai retirar a moção de censura, mas aceita “em diálogo, e de acordo” com os restantes partidos da Oposição, “corrigir” o texto, retirando as referências ao PS-M, para conseguir que os membros do Governo sob suspeita, incluindo Miguel Albuquerque, sejam afastados do poder..No PSD-M, que reúne esta sábado de manhã a Comissão Política, há “um acumular de desagrados”, apurou o DN, com uma “continuidade” de Miguel Albuquerque que “começa a ser insustentável, por colocar em risco o partido e a sua história”..Miguel Albuquerque garantiu ontem que não se demite, mas que também “não tem medo de eleições”..O Presidente da República aguarda pela votação da moção de censura, pelo que dirá o representante da República, Ireneu Barreto, para depois tomar uma decisão. Por agora “é prematuro estar a falar”.