Há 11 anos Teresinha Landeiro pisou o palco do Centro Cultural de Belém para um concerto a solo que a levou a assinar um contrato com a Sony Music. Em 2025, volta a fazê-lo com mais experiência para um concerto no dia 19 de setembro. “É muito emocionante, porque o meu concerto há 11 anos foi muito importante para mim. Era uma miudinha, tinha 18 anos”, relembra a artista, acrescentando que o entusiasmo era tanto que respondeu logo que sim. “Passado um bocado comecei a pensar: o que é que eu vou fazer à minha vida, o que é que eu tenho para dizer, não tenho nada para dizer, o que é que eu vou fazer, quem é que vai ver. Lembro-me que depois a sala estava cheia. Eu nem queria acreditar, foi um dia muito emocionante”. Este concerto visa apresentar o seu último disco Para Dançar e Para Chorar. Teresinha Landeiro revelou ao DN que irá trazer ao palco Manuel Oliveira, Mapi, como convidado especial. “Este concerto vai ser sobre o último álbum e depois uma breve viagem pelos outros dois discos anteriores”. Relativamente a este álbum, Para Dançar e Para Chorar, a artista fala da experiência de, primeira vez, receber canções escritas por outros artistas. “Para convidar outras pessoas para o disco, eu não os queria limitar na escrita, nas temáticas, mas vou orientá-las com esta frase: coisas para dançar e para chorar, até porque eu queria pôr folclore O meu avô é de uma terra onde se canta bastante folclore, e então eu queria introduzi-lo e queria arranjar uma justificação para o cantar”.Apesar desta ser a primeira vez que Teresinha Landeiro encomendou músicas a outros artistas, ainda participou na escrita de algumas músicas. “O maior desafio foi cantar coisas de outras pessoas. Os fados que eu fui cantando ao longo da minha vida, fui eu que os escolhi. Acabei por escrever metade do disco, o que também me deu liberdade para falar sobre algumas coisas de que me apetecia falar, e depois retornar àquelas outras canções minhas”.Sobre o processo criativo, Teresinha Landeiro precisa de tempo para desenvolver as ideias : “Preciso de pensar sobre o que é que quero falar. Para mim, é mesmo uma coisa muito ponderada e penso ‘será que eu vou querer cantar esta palavra ou aquela?’”.Este ano, a artista lançou a versão deluxe do álbum Para Dançar e Para Chorar, onde se encontra uma colaboração com António Zambujo na música Aurora. “Já o conheço há muitos anos e quando ouvi Aurora, achei que tinha muito a ver com ele. Então, desafiei-o a cantar comigo. Acho que deu à Aurora uma dimensão maior”, explica. Outra colaboração que está presente no disco é com o artista Jota.pê na música Visita Inesperada. Teresinha Landeiro descobriu a sua música e apaixonou-se pela sua voz. “Lancei-lhe o desafio de cantarmos juntos e acho que resultou lindamente. A voz dele é muito inspiradora e muito profunda. Aquele tema também é muito profundo”. Teresinha Landeiro sempre gostou de cantar e foi quando tinha 11 anos que uma amiga da mãe a ouviu. “Acho que devia cantar fado e trouxe-me uns discos de fado para ouvir. Comecei a ouvi-los e identifiquei-me com aquele estilo de música, com aquele peso das palavras, com aquela tristeza, não sei porquê. A partir daí comecei a ouvir fado todos os dias e quando fiz 12 anos a minha mãe levou-me a uma casa de fados para eu ouvir a Ana Moura ao vivo”, sublinha. “Eu já nem sei o que é existir sem gostar de fado”, acrescenta.Para além de Portugal, Teresinha Landeiro já levou o fado a vários países, incluindo a China. Para a artista, a barreira linguística torna tudo mais especial. “As pessoas não sabem nada do que nós estamos a falar e é impressionante como o fado é tão bem recebido lá fora. É extremamente valorizado, por exemplo, na Polónia, os polacos vão aprender português para compreender o fado. No ano passado estive na China e a receção foi incrível”. Apesar de não ter eventos caricatos noutros países para contar, a fadista lembra-se de quando trabalhava numa casa de fado e um turista a reconheceu. “Eu estava numa casa de fados e quando acabei de cantar a rapariga que servia às mesas veio ter comigo e disse-me: Teresinha, como é que se chama este fado que tu acabaste de cantar?” E eu disse-lhe o nome. Ela respondeu que era o cliente que estava a perguntar. Ela falou com o cliente e disse-lhe qual era o fado. O homem arregalou os olhos e ficou incrédulo. Eu não sabia o que se estava a passar e ele veio até comigo e disse-me: quando decidi que vinha a Lisboa, fui ver o que era típico e descobri o fado. Encontrei-a e passei duas semanas a ouvir tudo o que você tem na playlist. Ele mostra-me o telefone e tinha a minha foto como fundo do telefone”.Teresinha Landeiro revelou ainda ao DN que está a trabalhar no seu próximo disco.”Ainda não há muito que eu possa dizer sobre isso, mas estou a construí-lo e em breve haverá notícias”. .Sexteto de Jazz de Lisboa volta ao palcos com cinco novos temas