Taylor Swift, “superstar” 

Taylor Swift, “superstar” 

O anúncio do novo álbum de Taylor Swift ('The Life of a Showgir'l) envolveu algumas imagens da cantora marcadas pela nostalgia de antigas formas de espectáculo — assim (re)nasce uma estrela. 
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Showgirl” — a palavra não se encontra no dicionário da cultura politicamente correta destes nossos dias atribulados, mas Taylor Swift não receou recuperá-la do armário das nostalgias, chamando ao seu novo álbum: The Life of a Showgirl

O anúncio desse que será o 12º registo de estúdio de Swift (35 anos) teve a candura ambígua que algum marketing ainda sabe produzir. Aconteceu no podcast “New Heights” apresentado pelo seu namorado, o jogador de futebol americano Travis Kelce, na companhia do irmão Jason Kelce. E se é verdade que tudo isso envolveu mais de duas horas de animada conversa, não é menos verdade que o impacto da notícia ficou a dever-se em grande parte ao facto de Swift ter revelado a capa de The Life of a Showgirl

Nessa capa, Swift surge mergulhada numa banheira, numa pose de calculado artifício, usando uma indumentária de atriz de um espectáculo musical (“showgirl”, justamente) cujo top é feito de diamantes. Da autoria de Mert Allas & Marcus Piggott, a imagem reflete um gosto de festiva reconversão de formas primitivas de encenação da figura feminina, gosto com que a dupla de fotógrafos já marcou os universos de Madonna, Lady Gaga, Julia Roberts, Shakira ou Scarlett Johansson. 

Observando outras variações da capa, sempre com Swift embrenhada em cenários e luzes que não disfarçam a sua teatralidade, parece haver uma clara vontade de apropriação e reconversão de iconografias passadas (digamos, para simplificar, de Jean Harlow a Marilyn Monroe). Aliás, tal vontade está expressa em diversos momentos da videografia da cantora, incluindo Bad Blood, que lhe valeu o prémio MTV de melhor teledisco de 2015. 

Como a própria intérprete esclareceu, esta “vida de uma showgirl” (com lançamento marcado para 3 de outubro) refletirá acontecimentos e pensamentos do período em que decorreu a sua mais recente digressão (The Eras Tour). O que, bem entendido, não exclui a possibilidade de a dimensão confessional do álbum coexistir como as formas, os brilhos e as cores de uma verdadeira estrela — “superstar” será, por isso, um epíteto que Taylor Swift pode usar sem se confundir com o fogo fátuo das vedetas mais ou menos efémeras do nosso mundo digital. 

Taylor Swift, “superstar” 
'The Life of A Showgirl'. Taylor Swift anuncia novo álbum, o 12º da carreira

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