O pedido de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência, submetido pelo Governo português à Comissão Europeia, prevê um reforço de 27 milhões de euros para a Cultura, elevando o total aos 346 milhões, segundo o Ministério da Cultura.Este reforço tem por único objetivo a área do património cultural, ainda de acordo com o gabinete da ministra Dalila Rodrigues, e é acompanhado de uma redução de 400 mil euros na componente de transição digital, justificada por "constrangimentos relacionados com procedimentos concursais".A reprogramação do PRR submetida à Comissão Europeia na semana passada prevê assim, na medida C4 - Cultura, a subida aos 243,2 milhões de euros dos fundos disponíveis para a componente património, em relação aos atuais 216,2 milhões, e a descida para os 102,39 milhões de euros na componente redes culturais e transição digital, dos previstos 102,79 milhões.No total, verifica-se um aumento para 346 milhões de euros de fundos disponíveis para a Cultura, em relação aos 319 milhões resultantes da reprogramação do PRR aprovada no final de 2023. .Rui Catarino: “Reprogramação do PRR pode dar mais dois a 5,5 milhões para obras no D. Maria II” .Costa anuncia 244 milhões do PRR para a cultura e 1% das obras públicas para arte . No passado dia 16 de janeiro, a secretária de Estado da Cultura, Maria de Lurdes Craveiro, avançou uma taxa de execução global de 28,7%, para os atuais 319 milhões de euros do PRR.“Todos trabalhamos febrilmente para que tudo isto chegue a bom porto. […] 28,7% é a última taxa de execução que temos. Começámos em abril do ano transato em 15,7% e neste momento conseguimos desbloquear muitíssimas situações”, disse então a secretária de Estado.Maria de Lurdes Craveiro deu como exemplo o Museu Nacional de Arqueologia, situado na zona de Belém, em Lisboa, cujo projeto de arquitetura teve de ser readaptado e redefinido, envolvendo agora um investimento de 32,6 milhões de euros, oito milhões acima dos 24,5 milhões iniciais.Estes números foram avançados durante a apresentação pública do projeto "Património Cultural 360", da componente transição digital, com um orçamento de 11,7 milhões de euros, para a digitalização de 59.500 bens culturais de museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos, em 2D e 3D, que também prevê a realização de 12 documentários e a criação de 65 visitas virtuais.O projeto "Património Cultural 360" tem um prazo de conclusão fixado para 31 de dezembro deste ano. Em janeiro, tinha concretizado mais de 20.000 digitalizações.A data de conclusão do PRR para a Cultura é março de 2026.Esta área partiu para o PRR em 2021 com um total 243 milhões de euros, com 150 milhões para intervenções em 46 museus, palácios, monumentos e os teatros São Carlos, D. Maria e Camões, na área do património, e 93 milhões de euros para redes culturais e transição digital.O PRR é um mecanismo de financiamento, de âmbito europeu, para ser aplicado em reformas estruturais em resposta à crise pandémica provocada pela covid-19.O novo pedido de reprogramação do PRR, que prevê a adaptação dos investimentos aos prazos de conclusão exigidos em 2026, foi apresentado pelo Governo português à Comissão Europeia no sábado passado, mantendo a dotação global de 22,2 mil milhões de euros, mas reorientando os fundos disponíveis com o objetivo de reforçar "eficiência e impacto" em áreas como "saúde, ciência e inovação empresarial".