Portuguesa entre os distinguidos dos prémios da Cinema Audio Society
A portuguesa Joana Niza Braga está entre os distinguidos dos norte-americanos Cinema Audio Society (CAS) Awards, que premeia filmes tendo em conta apenas o som, com o trabalho como 'foley mixer' no documentário "Free Solo", foi anunciado este domingo.
"Free Solo" venceu o prémio na categoria de documentário, distinguindo, além de Joana Niza Braga, Jim Hurst ('production mixer'), Tom Fleischman ('re-recording mixer'), Ric Schnupp ('re-recording mixer'), Tyson Lozensky ('scoring mixer') e David Boulton ('ADR mixer'), foi anunciado na 55.ª cerimónia dos CAS Awards, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Joana Niza Braga e Nuno Bento, ambos de 27 anos, são, respetivamente, 'foley mixer' e 'foley artist' do documentário.
O trabalho dos dois portugueses foi "todo feito remotamente", a partir de Lisboa, na pós-produtora de cinema Loudness Films, onde há "um estúdio de 'foley' bastante grande", contou aquela profissional, em declarações à Lusa, na semana passada.
O 'foley' permite criar sons que por vezes não são captados nas rodagens. Com o 'foley', é possível "criar a ilusão de que existe essa proximidade com as personagens que estão no ecrã".
"Por exemplo, temos o Alex a escalar e nós conseguimos ouvir a parede e todo o material dele, quando na verdade é tudo falso. É tudo criado por nós: pelo 'foley artist' e pelo 'foley mixer', que juntos trabalhamos para conseguir tornar esse som verdadeiro para aquilo que estamos a ver", desvendou.
O processo é feito com o 'foley mixer' na régie e o 'foley artist' num estúdio ao lado, com os dois separados por um vidro.
Os 'foley artists', "quem está reproduzir o barulho", costumam dizer, segundo Joana, "que os 'foley mixers' são os ouvidos, porque o som captado pelo microfone é diferente, um bocadito, da perceção auditiva normal".
"Free Solo" está ainda nomeado para os Óscares, na categoria de Melhor Documentário, e para os Golden Real, os prémios da Motion Picture Sound Editors (MPSE).