"Resiste, meu povo." Os poemas desta árabe israelita levaram-na à prisão
A poetisa árabe israelita Dareen Tatour, condenada a semana passada em Israel por incitação à violência através da divulgação de poesia nas redes sociais, entrou hoje numa prisão de Haifa para cumprir uma pena de cinco meses.
Segundo a acusação, Dareen Tatour divulgou em outubro de 2015 - numa altura em que ocorreram vários ataques de palestinianos contra israelitas com arma branca - um vídeo em que lia o seu poema "Resiste, meu povo, resiste-lhes", ilustrado com imagens de confrontos entre palestinianos e forças israelitas.
"Não me contentarei com a 'solução pacífica', não baixarei as minhas bandeiras, até que os expulse da minha terra (...) Resiste aos roubos do colono e sou a caravana dos mártires", proclamava no poema.
O tribunal também a condenou por apoio à Jihad Islâmica, considerando que a poetisa citou um comunicado do grupo radical apelando "à continuação da Intifada em cada canto da Cisjordânia", território palestiniano ocupado por Israel há mais de 50 anos.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Para o tribunal, os textos e vídeos da poetisa "celebram os atos de violência e terrorismo".
Após a leitura da sentença, Gaby Lasky, advogada da poetisa, lamentou que "numa democracia se prenda e julgue alguém pelo que escreve".
Dareen Tatour, 36 anos, condenada a cinco meses de prisão efetiva e a seis de pena suspensa, considera que o seu julgamento foi político "por ser palestiniana".