Em outubro de 2023, o panda-gigante “Xiang Xiang” estava a comer rebentos de bambu na Base de Pesquisa da Reprodução de Pandas-Gigantes de Chengdu.
Em outubro de 2023, o panda-gigante “Xiang Xiang” estava a comer rebentos de bambu na Base de Pesquisa da Reprodução de Pandas-Gigantes de Chengdu.

Pandas: animais adorados pelo mundo inteiro

O fofinho panda é uma rara e exclusiva espécie na China, considerada um tesouro nacional, representando a paz e a amizade, sendo um dos símbolos mais emblemáticos da China.
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Em 2023, Hua Hua, uma panda-gigante que vive na  Base de Pesquisa da Reprodução de Pandas-Gigantes de Chengdu, na província de Sichuan, tornou-se muito popular  nas redes sociais. Com um temperamento dócil e uma aparência encantadora, especialmente quando se senta curvada, lembrando um onigiri, gordinho e fofinho, Hua Hua conquista diariamente milhões de fãs ao redor do mundo através de redes sociais. Recentemente, este adorável panda foi nomeado como a “Diretora Honorária” pela Direção dos Serviços de Cultura e Turismo de Chengdu, atuando como uma embaixadora da cidade para acolher visitantes do mundo.

A imagem é um cartaz do desenho animado: “O Panda e o Galo”.



O panda-gigante é um animal exclusivo da China, também conhecida como um “fóssil vivo”, com ancestrais diretos que datam de aproximadamente 8 milhões de anos atrás, no final do período Mioceno. O seu habitat natural situa-se nas florestas de montanha e bambuzais das províncias de Sichuan, Shaanxi e Gansu, no oeste da China, em altitudes que oscilam entre 1.500 e 3.500 metros. Os pandas adultos medem entre 120 e 180 centímetros de comprimento e pesam de 70 a 125 quilogramas, sendo reconhecidos pelo seu corpo robusto, cabeça grande e redonda, e pela pelagem preta e branca distintiva. É curioso que, ao nascer, os bebés têm a pele cor-de-rosa e pesam apenas cerca de 100 gramas, o que representa apenas 0.1% do peso de um panda adulto. O bambu é o principal alimento dos pandas, que passam muitas horas do dia a comer, consumindo entre 12 e 38 quilogramas de bambu diariamente. Os pandas não são estritamente herbívoros, também se alimentam de outras plantas e carne, embora esta represente apenas cerca de 1% da sua dieta. Além de comer, os pandas passam a maior parte do tempo a dormir. Após se alimentarem e descansarem, os pandas também se exercitam e brincam, como ao subir em árvores. Na perceção popular, eles são sempre vistos como lentos e preguiçosos, mas não se deve esquecer que os pandas são, de fato, um tipo de ursos! A força da mordida de um panda é superior à de grandes felinos como o jaguar, comparável à de leões e tigres. Em campo aberto, podem correr até 10 quilómetros por hora, de modo que se pode dizer que é uma verdadeira fera!



Nos antigos textos chineses do período pré-Qin já existiam menções à panda-gigante. Ao longo de várias épocas históricas, os chineses chamavam-na “Zhu Xiong” (urso de bambu) ou “Hua Xiong” (urso de flor). Na história da China, o panda é também considerada um símbolo de paz. Diz-se que, nas guerras antigas da China, se uma das partes em conflito levantasse a bandeira de “Zou Yu”, isso representava um pedido de cessar-fogo. O “Zou Yu” é uma criatura benevolente da mitologia antiga chinesa, descrita como um animal com o corpo de tigre e cabeça de leão, de pelo branco e manchas pretas. Acredita-se que essa criatura mítica tenha inspirada na aparência do panda-gigante. Atualmente, mais de 50 pandas-gigantes estão alojados temporariamente em países como os Estados Unidos, o Japão, a  Espanha e a França, entre outros 19 países, tornando-se um símbolo da amizade entre a China e o resto do mundo. A China, empenhada na proteção dos pandas-gigantes,  já estabeleceu  mecanismo de cooperação de pesquisa e conservação dos pandas com mais de 20 países. Atualmente, o número de pandas-gigantes que vivem na natureza selvagem na China aumentou de cerca de  1.100 na década de 80 para quase 1.900, enquanto o número de pandas em cativeiro ao redor do mundo alcançou 728.

O panda é considerado um tesouro nacional e um dos símbolos mais icónicos da China. Mascotes como a Pan Pan dos Jogos Asiáticos de Pequim, os Fuwa dos Jogos Olímpicos e o Bing Dwen Dwen dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim foram inspirados nesta figura. Atualmente, a imagem do panda-gigante alcançou uma projeção internacional, tornando-se um importante elo cultural na comunicação global.  Destaca-se “O Panda e o Galo”, uma série de animação de 52 episódios co-produzida pelo Departamento Internacional de Animação da Televisão Central da China e a produtora portuguesa Stopline.  A versão portuguesa foi emitida pela RTP em julho de 2022. Esta animação, que tem como protagonistas os mascotes de ambos os países, conta a história de amizade e aventuras entre o panda chinês e o galo de Barcelos, refletindo os costumes étnicos e culturais  da China e de Portugal, e mostrando também que as pessoas de diferentes culturas podem conviver em harmonia.

Se tiverem interesse pela cultura chinesa, sintam-se livres para deixar os seus comentários através do

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INICIATIVA DO MACAO DAILY NEWS

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