Olivia Cooke e Fabien Frankel – a era das 'streaming-stars'!
Sem sinais de ressaca da estreia europeia no dia anterior no histórico teatro parisiense Chatelet, o casal mais excitante da série House of the Dragon está pronto para o DN. Fabien Frankel, Ser Criston Cole, não se cansa de elogiar Portugal, o cliché habitual. Ao seu lado, Olivia Cooke, a rainha Alicent Hightower, reforça o lugar comum mas lembra que já se deu mal com pastéis de nata, um pouco como acontecia com a personagem de Emma Stone em Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos. Na ficção são amantes e logo no primeiro episódio são introduzidos numa cena sexual que deixa antever hierarquia erótica por parte da rainha. Sim, cada vez mais as séries Max a quererem atrair aquele público adulto que já perdeu o hábito de ir aos cinemas.
Isto é guerra
“Em termos de intriga tudo ficou mais sério! Estamos à beira de uma guerra civil... Na primeira temporada tínhamos uma família desesperada a tentar a união, agora passa-se muita coisa. É de doidos! Quem não viu a temporada 1 tem mesmo de a ver, não dá para entrar aqui sem conhecer o que se passou antes”, começam por nos dizer. Ele, cada vez mais com a cotação a aumentar, ela já muito longe da doçura de Ready Player One, de Steven Spielberg.
E sobre essa aposta num público adulto, Fabien Frankel lembra: “É preciso não esquecer: isto é HBO! A HBO é perita em transformar uma série que poderia ser juvenil em material para adultos. House of the Dragon não é para a miudagem. Mesmo os dragões metem mesmo medo”. “Não deixem os miúdos verem esta série!”, avisa Olivia Cooke.
Difícil nesses encontros com a imprensa é a questão do lado dos segredos, ou seja, não ser spoiler. Fabien Frankel confessa que até treme: “Às vezes é mesmo difícil não revelar demasiado. Não sou bom a esconder segredos”.
Olivia Cooke, por seu turno, até diz que os amigos ajudam: “Quando me perguntam o que filmei hoje, mal começo a contar sou logo impedida. São os amigos que não me deixam contar, não querem perder o efeito surpresa. Os fãs são muito protetores de todo este secretismo”. Convém relembrar que os oito episódios vão apenas ser disponibilizados na plataforma todas as semanas, um a um, ao contrário que acontece na fórmula binge da rival Netflix. “Prefiro assim! Faz lembrar a televisão clássica! O streaming nos últimos dez anos acabou por ser redutor na medida em que nós estamos a rodar durante seis meses ou um ano e, de repente, as pessoas num dia consumirem tudo de uma vez desgosta-me”, ressalva Fabien, ao passo que Oliva acha mesmo que esse consumo binge torna os atores descartáveis: “Eu própria quando vi séries de um só trago uma semana depois já não me lembrava delas. As pessoas gostam de um certo tempo entre os episódios, nem que seja para trocar ideias com os amigos”.
Estrelas de plataforma
Por fim, é a mesma atriz que reflete sobre os novos tempos em que os atores já são mais famosos pelas séries do que pelos filmes: “Se estamos aqui em Paris com toda esta idolatria isso deve-se à era dourada da televisão! Infelizmente, está muito difícil a situação para o cinema mais independente e para os filmes do ‘meio’, aqueles cujos orçamentos rondam os 30 milhões. Vivemos estes tempos em que só se financiam blockbusters de sequelas ou filmes de super-heróis. Mesmo não sendo o caso de House of the Dragon, é na TV que vemos mais histórias escritas de forma independente. E é no streaming que os cineastas podem florescer.