Exclusivo Noël Coward já não mora aqui

Como anular as maravilhas e o humor de um grande texto? Pois bem, Uma Mulher do Outro Mundo é um filme que parece apostado em esbanjar as potencialidades de uma célebre peça do património teatral inglês.

Há filmes que parecem nascer do absoluto alheamento do presente - antes do mais, do presente industrial do cinema. Assim é Uma Mulher do Outro Mundo, no original Blithe Spirit. Não vem daí mal ao mundo. Tal alheamento, entenda-se, começa mesmo por suscitar curiosidade e até uma certa forma de admiração: em plena época de submissão da produção de língua inglesa a "formatos" ligados a modelos rotineiros de aventura e a uma certa retórica digital do cinema, quem se lembraria de adaptar a célebre peça de Noël Coward (1899-1973)?

Pois bem, lembrou-se a British Lion Films (com distribuição assegurada pelo departamento cinematográfico dos canais Sky), porventura procurando obter um título "híbrido", suscetível de ostentar um rótulo de prestígio e desembocar nas mais diversas plataformas de streaming. Aliás, com uma estreia que importa assinalar: este é o primeiro trabalho de realização para cinema do encenador teatral Edward Hall (inglês, nascido em 1966), filho do grande Peter Hall (1930-2017), figura tutelar do teatro inglês cujo trabalho também passou pelo cinema.

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