"No mato ninguém morre em versão John Wayne". Livro homenageia combatentes na Guiné
"Este livro, embora respeitando o então adversário (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), constitui tão-só uma singela homenagem aos ex-combatentes portugueses, incluindo naturalmente os militares guineenses que deram tudo, não raras vezes a vida, por Portugal", disse à Lusa Jorge Monteiro Alves.
O livro, segundo o jornalista, "evoca diversas componentes, designadamente políticas e sociais, então vividas quer em Portugal, quer na Guiné".
"Quem o ler sem cor partidária, depressa perceberá que é muito crítico relativamente ao antigo regime português (Salazar/Caetano)", salientou.
Do ponto de vista militar, explicou o autor, o "livro aborda com a profundidade possível algumas das principais operações levadas a cabo pelas tropas que combatiam sob bandeira portuguesa".
"Neste capítulo, ao qual é dedicada boa parte da obra, merecem especial atenção as ações levadas a cabo pelas tropas especiais", disse, com destaque para o tenente-coronel Marcelino da Mata, o militar mais condecorado pelas forças armadas portuguesas.
O jornalista sublinhou que aquela figura "revela-se crucial", porque a "sua ação atingiu grande mediatismo, quer na Guiné, quer em Portugal" e acaba por "servir de fio condutor a todo o livro".
"Claro que o papel do tenente-coronel Marcelino foi polémico -- herói para uns, criminoso de guerra para outros. O que este livro pretende também demonstrar é que não há guerras limpas", disse.
Segundo Jorge Monteiro Alves, na Guiné-Bissau ambos os lados em combate "cometeram ações muito condenáveis".