Museu Nacional Resistência e Liberdade
Museu Nacional Resistência e LiberdadeMário Vasa / Global Imagens

Museu Nacional Resistência e Liberdade é inaugurado este sábado

O Museu terá entrada gratuita até dia 30 e, após essa data, será possível continuar a visitar gratuitamente o Memorial dedicado aos opositores à ditadura presos na cadeia da Fortaleza, assim como o Parlatório, o espaço exterior da Fortaleza, a Capela de Santa Bárbara e a Livraria.
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O Museu Nacional Resistência e Liberdade - Fortaleza de Peniche é inaugurado este sábado, dia em que passam 50 anos sobre a libertação dos presos políticos, e terá entrada livre a partir das 15h30. A programação conta com concertos e atuações de vários artistas, incluindo A Garota Não. Até dia 30 o museu tem entrada gratuita.

Este Museu pretende ser, 50 anos depois da libertação dos presos políticos em Portugal, um espaço de memória histórica e símbolo da coragem daqueles que sacrificaram a sua vida e liberdade na luta pela democracia.

A exposição Resistência e Liberdade assinala a inauguração do Museu, querendo transmitir às gerações mais novas que a liberdade conquistada no 25 de abril é um desígnio comum.

A inauguração do Museu vai contar ainda com intervenções de ex-presos políticos, um concerto do grupo Sopa de Pedra, uma atuação da cantora Sofia Lisboa e, para terminar o dia, um concerto da cantora A Garota Não.

Em 2017 foi determinado, em Conselho de Ministros, a criação de um Museu Nacional neste local para preservar a memória de 48 anos de supressão das liberdades em Portugal.

O Museu terá entrada gratuita até 30 de abril e, após essa data, será possível continuar a visitar gratuitamente o Memorial dedicado aos opositores à ditadura presos na cadeia da Fortaleza, assim como o Parlatório, o espaço exterior da Fortaleza, a Capela de Santa Bárbara e a Livraria.

Criado em 2017, numa das prisões de alta segurança da ditadura do Estado Novo reservadas aos opositores, abriu portas dois anos depois, em 25 de Abril de 2019, com um memorial e a exposição "Por Teu Livre Pensamento", que antecipou os conteúdos do futuro museu.

Encerrado em 2022, o MNRL foi sujeito a obras destinadas à sua instalação definitiva, numa empreitada estimada em três milhões de euros, comparticipada com fundos comunitários, num custo total de montagem de cerca de 4,3 milhões de euros.

Dirigido pela museóloga e historiadora Aida Rechena, o museu abre com o memorial dedicado aos quase 2.700 presos políticos que a fortaleza deteve entre 1934 e 1974, e com um percurso expositivo que passa pelas celas de alta segurança, as celas individuais, a Galeria da Liberdade e a exposição "Resistência e Liberdade". A visita envolve ainda a Capela de Santa Bárbara, que conta a história da fortaleza e da prisão, o Fortim Redondo, lugar de isolamento e castigo, o parlatório, o pátio da cisterna e a livraria especializada.

Em 2016, a Fortaleza de Peniche, no distrito de Leiria, classificada como Monumento Nacional desde 1938, tinha sido integrada na lista de monumentos históricos do programa Revive a concessionar a privados, mas passados dois meses a polémica levou a Assembleia da República a defender a sua requalificação. Foi então decidida a criação de um museu dedicado à memória da luta contra a ditadura, do combate pela liberdade e àqueles que ousaram resistir.

Da história da prisão de Peniche constam, entre outras, as fugas do dirigente comunista António Dias Lourenço, em 17 de dezembro de 1957, e do secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 03 de janeiro de 1960.

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