Museu em França recebe visitantes nus para descobrir os 'paraísos naturistas'
Christophe SIMON / AFP

Museu em França recebe visitantes nus para descobrir os 'paraísos naturistas'

O Museu das Civilizações Europeias e Mediterrâneas abre as portas a nudistas, mas uma vez por mês. A exposição "Paraísos naturistas" vai estar patente até dia 9 de dezembro.
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Para visitar a exposição "Paraísos naturistas" na cidade francesa de Marselha não é necessário estar vestido, mas apenas calçados, o que deixa os visitantes com mais idade atordoados.

"Achei que fosse uma exposição naturalista", lamenta Daniel, um visitante que se decepciona ao ter que calçar os seus sapatos para percorrer os corredores do Museu das Civilizações Europeias e Mediterrâneas.

A instituição abre as portas a nudistas, mas apenas uma vez por mês, segundo uma solicitação do museu para evitar problemas, afirmou Eric Stefanut, da Federação Francesa de Naturismo (FFN) e co-anfitrião desta visita guiada que reuniu 80 curiosos na terça-feira.

Após as explicações, os visitantes contemplam fotografias, desenhos, livros, filmes, revistas, pinturas e esculturas, material emprestado por museus como o Centro Pompidou em Paris, Louvre ou a Biblioteca Nacional Suíça em Berna.

"Hoje é o meu aniversário e procurávamos algo fora do comum", conta à AFP Julie Guegnolle, de 38 anos, vestindo uma saia, acompanhada do marido Matthieu, de 37 anos, que estava nu.

"Não é todos dias que se têm a oportunidade de andar nu num museu. Quando chegamos, estávamos um pouco perdidos, mas não é tão estranho",disse.

A exposição, patente até dia 9 de dezembro, também recebe visitantes totalmente vestidos fora destes horários específicos.

"Vimos a exposição no Instagram e quisemos vir ver. Em Inglaterra, não se encontra este tipo de coisas", explicam os ingleses Kieren Parker-Hall, 28, e Xander Parry, 30.

Ambos caminham nus pela exposição, e ficam "fascinados" pelas "fotografias incríveis" de Christiane Lecocq.

Marselha é historicamente "um local chave para o naturismo", explica Bruno Saurez, presidente da associação naturista local, fundada em 2014, e co-anfitrião da mostra.

No início do século XX, o abade Urbain Legré, responsável pelas crianças com tuberculose, propôs aos pais e aos superiores de sua ordem religiosa que as crianças fossem levadas para aquela zona para tomar banhos de sol e fazer exercícios ao ar livre.

"Foi o que se fez na Suíça, na Alemanha", onde o movimento naturista nasceu com o movimento higienista no século XIX, relembra o especialista.

"Estas crianças gostaram tanto desta experiência que foram criadas as primeiras associações naturistas em França: os Naturistas da Provença em 1930 e os Culturistas Livres da Provença em 1931", detalha Saurez.

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