Toumani Diabaté atuou várias vezes em Portugal, inclusive no Festival Sudoeste, em 2008.
Toumani Diabaté atuou várias vezes em Portugal, inclusive no Festival Sudoeste, em 2008.GONÇALO VILLAVERDE/GLOBAL IMAGENS

Morreu o mestre da kora Toumani Diabaté

Foi o maior embaixador da música tradicional do Mali. O "tesouro nacional" daquele país africano morreu aos 58 anos, após curta doença.
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"Príncipe da kora" ou "rei da kora" foram alguns dos epítetos com que Toumani Diabaté foi brindado ao longo dos anos. Exímio tocador da kora, instrumento de 21 cordas feito a partir de uma grande cabaça e típico da África Ocidental, morreu numa clínica privada na capital do Mali, Bamako, após curta doença. 

“O meu confidente, o meu pilar, o meu guia, o meu melhor amigo, o meu querido pai foi-se para sempre.”, escreveu no Facebook o filho, Sidiki Diabaté, que também é tocador de kora e com quem partilhou o palco, inclusive em Portugal.

Toumani Diabaté dizia ser o representante da 71.ª geração de griots, a casta de músicos tradicionais. Nascido em 1965, começou a aprender a tocar aquela espécie de harpa-alaúde aos cinco anos. Deu a conhecer-se ao mundo ao gravar o disco Kaira, em 1988. Rapidamente se tornou num dos grandes nomes da música do Mali, ao lado de Salif Keita ou de Ali Farka Touré. (Com este último gravou dois discos, um deles vencedor do Grammy de melhor álbum World, e protagonizou um memorável espetáculo no auditório Keil do Amaral, Lisboa, em 2005, parte do África Festival.)

Salif Keita lamentou “a perda de um tesouro nacional”. A também maliana Oumou Sangaré, distinguida com um Grammy, disse que Diabaté era “uma ponte entre as tradições ancestrais e a modernidade”.

O senegalês Yousso N'Dour descreveu Toumani Diabaté como um “um virtuoso da kora, um arranjador musical inigualável”. 

"Esta noite, a kora perdeu o seu mestre", disse por sua vez o jornalista maliano Seydou Sissoma.

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