Lisboa em festa com óperas "fora da caixa"

A terceira edição do Operafest está a acontecer no jardim do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Uma edição que quer chegar a todos os públicos com espetáculos clássicos e de vanguarda.
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Até 10 de setembro o jardim do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, recebe a Operafest, um festival que, segundo a organização, pretende chegar "a todos os públicos" com uma aposta nos grandes clássicos, mas também em ópera de vanguarda.

Com direção artística da soprano Catarina Molder, o festival que se assume como "fora da caixa", arrancou no passado dia 26 de agosto com Um Baile de Máscara (1859), de Giuseppi Verdi, e que esta quinta-feira, às 21.00 horas, apresenta Jermias Fisher (2007), a história do menino peixe, de Isabelle Aboulker.

Há ainda a aposta em talentos emergentes na encenação de ópera e na divulgação de repertório "na gaveta", com o concurso Maratona ópera XXI (a 6 de setembro). Neste, que a organização indica como o "único concurso de ópera contemporânea do país", três candidatos encenadores apresentarão versões de cada excerto de duas óperas selecionadas de António Chagas Rosa e Daniel Moreira e o vencedor ganhará o Prémio Carlos de Pontes de Leça.

Esta Maratona apresenta ainda, fora do concurso, a estreia absoluta da ópera Minotauro de João Ricardo - vencedor do Prémio Carlos de Pontes Leça, da edição anterior. Com libreto de Tatiana Faia, é "um episódio operático que propõe uma desconstrução do mito do Minotauro. Vagamente inspirado no tratamento desta fábula por Jorge de Sena e Jorge Luís Borges, dá-se aqui voz ao Minotauro, mas também às diferentes vozes que poderiam ter vivido na sua consciência e alimentado a sua imaginação", explica a organização.

O último dia, 10 de setembro, encerra com O Homem dos Sonhos de António Chagas Rosa, a partir do conto homónimo de Mário de Sá-Carneiro, em torno dos limites da condição humana e do poder premonitório e estruturante do sonho.

Nessa mesma noite, e a terminar o Operafest a ópera junta-se ao mundo da música pop, com a rave operática intitulada Baile de Máscaras para Desafiar o Destino, com um "prometido pé de dança em que o mundo pop se cruza com ópera, com surpresas múltiplas numa festa em que o público deve trazer a sua máscara, mas... de Carnaval!", explicam os organizadores do evento.

filipe.gil@dn.pt

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